Transnordestina: de promessa de crescimento a retrato do abandono
Ueslei Marcelino/Reuters Em dez anos, obra Transnordestina já consumiu mais de R$ 6 bilhões, e a ferrovia passou de símbolo da promessa de um Nordeste e de um Brasil que não parariam de crescer para retratos de abandono. Clique nas imagens acima para ver os trechos que estão prontos, mas não operam, e canteiros de obra deixados para trás por falta de dinheiro MaisUeslei Marcelino/Reuters O projeto da Transnordestina previa 1.753 quilômetros, dos quais apenas cerca de 600 estão concluídos. "Se estivesse pronta ia ser bom demais. Ia chegar combustível mais barato, emprego para o povo", diz o agricultor Francisco Emiliano, 58, que vive perto de um trecho da linha, em Missão Velha (CE). "Até agora, a obra parou aqui. Depois continua só a estrada carroçal (de terra)" MaisUeslei Marcelino/Reuters O projeto da Transnordestina já consumiu R$ 6 bilhões, mas ainda precisa de bilhões para ser concluído. Além disso, a obra está sob a mira do TCU (Tribunal de Contas da União), que questiona a legalidade do contrato que deu à concessionária controlada pela CSN o direito de tocar e gerenciar o projeto MaisUeslei Marcelino/Reuters A ferrovia foi projetada para transportar commodities (matérias-primas), como soja, milho e minério de ferro, do interior do Piauí para o porto de Pecém (CE), ao norte, e para o porto de Suape (PE), a leste. De lá, os produtos seria exportados para a China, principal parceiro comercial do Brasil MaisUeslei Marcelino/Reuters No percurso por onde passariam pela Transnordestina vagões carregados, principalmente de minérios e grãos, há um legado de desolação e desemprego no sertão castigado por uma estiagem que já dura cinco anos MaisUeslei Marcelino/Reuters O objetivo da ferrovia era ter uma capacidade para transportar 30 milhões de toneladas de carga por ano, principalmente minérios e grãos, segundo dados da TLSA, empresa que gerencia e toca o projeto Ueslei Marcelino/Reuters Carcaças de animais tomam conta dos trilhos sem uso da ferrovia Transnordestina Ueslei Marcelino/Reuters O futuro da ferrovia, que era um dos principais projetos de infraestrutura do país, com mais de 1.700 quilômetros de traçado, segue incerto. O projeto ainda precisa de bilhões de reais para ser concluído Ueslei Marcelino/Reuters A obra da ferrovia Transnordestina está sob a mira do TCU (Tribunal de Contas da União), que questiona a legalidade do contrato que deu à concessionária controlada pela CSN o direito de tocar e gerenciar o projeto Ueslei Marcelino/Reuters Apesar da placa que indica "homens trabalhando", a obra da ferrovia Transnordestina está parada e virou um dos retratos do descaso e do abando na região Nordeste Ueslei Marcelino/Reuters O que se vê no percurso por onde passariam os trens da Transnordestina é um legado de desolação e desemprego no sertão castigado por uma estiagem que já dura cinco anos Ueslei Marcelino/Reuters Os vagões que deveriam transportar carga pelo coração da região Nordeste estão estacionados nos trilhos e servem como local de recreação para crianças sertanejas Ueslei Marcelino/Reuters Enquanto dormentes, trilhos e brita são deixados para trás, a obra passa a ser apenas uma estrada de terra batida, usada para pastagem de animais e como atalho para motos e carros que circulam na região Ueslei Marcelino/Reuters Área próxima de onde passam os trilhos da Transnordestina virou local de pastagem para o gado Ueslei Marcelino/Reuters No percurso por onde passariam pela Transnordestina vagões carregados, principalmente de minérios e grãos, há um legado de desolação e desemprego no sertão castigado por uma estiagem que já dura cinco anos