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Velho quem? Os desafios do mercado de trabalho para quem tem mais de 60

Getty Images
Imagem: Getty Images

Daniela Lago

15/06/2016 06h00

É cruel, mas quem está beirando os 60 anos enfrenta grandes dificuldades na hora de encarar o mercado de trabalho. Quem não está empregado e precisa de uma recolocação tem pela frente um grande desafio: como arrumar um emprego perto da idade de se aposentar?

Recentemente, fui ministrar uma palestra sobre carreira em uma faculdade da terceira idade. Foi uma experiência fantástica e gratificante interagir com um público tão alto astral.

Percebi que não é à toa que essa faixa etária é conhecida como "a melhor idade".

Mesmo assim, foi realmente um desafio falar sobre trabalho em empresa, uma vez que a contratação de idosos depende de alguns aspectos trabalhistas previstos em nossa desatualizada CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Longe de ser velho

Segundo o "Estatuto do idoso", todo cidadão brasileiro, homem ou mulher, na idade de 60 anos ou mais de idade é considerado idoso.

No Brasil, a expectativa de vida vem aumentando a cada ano e, vamos combinar, quem tem 60 anos hoje em dia pode até ser considerado idoso perante a lei, mas está muito longe de ser velho!

Experiência e comprometimento

A boa notícia é que empresas sérias e modernas estão apostando cada vez mais na terceira idade. Por quê? Pela experiência.

Profissionais mais velhos são geralmente mais comprometidos e levam mais a sério tarefas que gerações mais novas não têm paciência para fazer.

O valor das conquistas profissionais e do conhecimento acumulado ao longo da vida é sempre bem-vindo no ambiente corporativo.

Dica é ser consultor e autônomo

Uma dica importantíssima a todos que já passaram dos 55 anos é abrir sua própria empresa e ter seu próprio CNPJ, para que, numa eventual necessidade, possam emitir nota fiscal de serviço a qualquer empresa.

Tendo em vista as nossas leis trabalhistas, uma boa alternativa para o idoso continuar no mercado de trabalho é atuar como consultor e profissional autônomo.

Esteja preparado, pois, cada vez mais, programas voltados para a empregabilidade de idosos ganham o planejamento estratégico das empresas.

Esteja atualizado

Outro aspecto relevante para os "sessentões" nas empresas é que é fundamental a atualização no aspecto tecnológico. Fala-se muito em conflito entre gerações, mas o que vejo é conflito entre a forma de trabalhar.

Participe de cursos, palestras, workshops. Atualize-se e mostre que você ainda tem muito gás para aprender.

Ser velho não é questão de idade

O que eu mais aprendi com esse público é que ser velho não é questão de idade, e sim questão de forma de pensar e como se vive a vida.

Neste evento com mais de 200 idosos, verifiquei que a maioria deles tinha se reunido com os amigos durante aquela semana e que todos daquele grupo tinham feito mais de duas viagens internacionais só neste ano.

Veja bem, percebi que há meses não vejo pessoalmente meus amigos (só por mensagens por meio das redes sociais) e todas minhas viagens neste ano foram a trabalho.

Quem era o velho mesmo? Definitivamente, eles sabem viver a vida!

Foi-se o tempo em que, com o aumento da idade, o profissional se tornava improdutivo. Hoje em dia, muitos idosos estão buscando até começar a segunda carreira, pois têm disposição e potencial para agregar mais valor às empresas.

Quando se resolve investir em talentos diferenciados, a organização sempre dará um passo à frente e evoluirá em seus processos de gestão.

Essa é a beleza da diversidade no trabalho. O potencial humano não se limita à idade.

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