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Coração partido pode atrapalhar o desempenho no trabalho; veja como evitar

Getty Images
Imagem: Getty Images

Daniela do Lago

21/06/2017 04h00

Quando você sofre um acidente de qualquer tipo, quebra parte do corpo, seja um braço ou uma perna, vai direto para o hospital, coloca gesso no membro quebrado e fica em repouso em casa, longe do trabalho por alguns dias até se recuperar. Mas, e quando você quebra o coração?

Refiro-me a essa expressão “quebrar o coração” não no sentido pejorativo e julgador da palavra. Mas quem nunca passou por situações pessoais complicadas nesta vida?

Tempo atrás falávamos em equilíbrio entre vida pessoal e profissional; hoje falamos em integração, afinal essa linha divisória já não existe mais.

Quando a gente sofre qualquer decepção na vida, as marcas são inevitáveis.
Pode ser que você tenha terminado um relacionamento amoroso, que você foi traído, levou um “pé na bunda” ou até mesmo esteja passando por um divórcio.

E aí? Como fazer para manter bom desempenho nesses momentos em que está com coração partido? Nossa atrasada CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) não prevê licença para este tipo de dor. E confie em mim, penso que deveria!

Está na hora de sermos mais humanos no trabalho.

Emoções abaladas podem respingar em sua performance

Dias desses, estava numa empresa atendendo uma executiva de um grande banco, quando ela foi avisada por telefone que seu ex-marido (cuja briga pela guarda filhos estava nas mãos da justiça), buscou seus filhos na escola e estava indo para aeroporto, pois pretendia fugir com as crianças. Foi aquele desespero! Você acha que essa executiva iria performar na empresa? Nem em sonho!

Eu sei que você é um bom profissional e não deixa a peteca cair no trabalho mesmo com suas emoções abaladas, mas quando estamos numa situação pessoal complicada é natural que respingue um pouco na sua performance. Ninguém é de ferro.

Dependendo do ocorrido você até consegue tirar uns dias de folga do trabalho para se recuperar do choque, mas entenda que algumas dores emocionais podem demorar um bom tempo para curar e até lá você tem responsabilidades no trabalho.

Você não pode controlar a maior parte das influências de sua vida, mas tem controle absoluto sobre o que elas significam para você.

Primeiro saia do buraco!

Algumas pessoas são afortunadas o suficiente para não se preocupar com dores emocionais. Mas mesmo para esses poucos a busca pelas causas da dor emocional tem poucas chances de aliviar essa dor.

Saber como você foi parar no buraco não vai ajudá-lo a sair de lá, mas pode ajudá-lo a evitar outros buracos no futuro. Então, saia do buraco primeiro e considere como evitar outro buraco depois.

Ao invés de focar nas possíveis causas da dor e da vulnerabilidade, tente descobrir o que cada incidente doloroso significa para você e em que você quer melhorar. Mas faça isso com autocompaixão, e não com autocrítica.

A preocupação com as causas da dor emocional tende a nos causar ainda mais dor e amargura. O segredo é não ruminar o acontecido, por mais difícil que isso pareça ser, quando você está vivendo a situação.

Essa postura, contudo, nunca traz qualquer resultado construtivo, mas implica imensa perda de “tempo mental”, ou seja, aquele tempo em que você poderia estar usando para se concentrar em algo mais produtivo, mas escolhe dedicar pensando em algo que não resultará em qualquer fruto positivo. Fazemos isso por puro orgulho!

Se você quer obter resultados mais produtivos e consistentes, entretanto, deixe os momentos de dor emocional passarem rapidamente, não fique pensando na situação nem refletindo sobre suas causas e motivos. Recupere-se emocionalmente e depois, já fora do buraco, se você quiser parar e refletir sobre o ocorrido, você o fará com outra cabeça e com muito mais discernimento.

Tudo começa em nossa mente e nosso pensamento. Procurar direcionar sua atenção para se concentrar na execução de qualquer tarefa ou atividade. Uma por uma, passo a passo. Gosto do conceito de um dia por vez. É uma maneira que pode ajudá-lo no trabalho durante o período de dores emocionais.

Se você é líder ou colega de alguém que esteja com coração partido no trabalho, busque ter empatia e pare de julgar. O próximo poderá ser você, e só entende as dificuldades de dores emocionais quem já passou por situação semelhante.

O objetivo deste artigo é torná-lo ciente que tem a força e a resiliência para superar essa dor com o tempo. Que você reconheça sua fragilidade humana e utilize tudo o que acontece contigo para aprender, crescer e avançar na vida.

Que você tenha uma rápida recuperação e cura para sua dor emocional.

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