Não confunda seu chefe com seu pai: decisão em empresa não tem laço afetivo
Este artigo não foi escrito para quem trabalha numa empresa familiar, cujo pai é seu próprio chefe. Em homenagem ao dia dos pais ocorrido no dia 13 de agosto, este artigo foi escrito para você que tem sentimento de gratidão exacerbada pelo seu chefe.
Ser grato à empresa e às pessoas que nos acompanham durante nossa caminhada profissional é uma atitude positiva e decente. E embora eu aplauda este comportamento ativo, essa energia, às vezes, é mal dirigida.
Muitos profissionais confundem gratidão com endividamento.
Claro, você pode se sentir obrigado a devolver um favor, mas isso não é gratidão, pelo menos não segundo a definição dos psicólogos. Endividamento é um sentimento mais negativo e não resulta nos mesmos benefícios que a gratidão, que lhe inclina a ser gentil com todos, não somente um benfeitor.
E vou além. É crescente o número de profissionais que confundem a figura do chefe com a de um pai, esperam deles compreensão super protetora e depositam neles a total responsabilidade de lhes dizerem seus próximos passos profissionais. Só que o mundo corporativo simplesmente não funciona assim!
Se você confundir os interesses do seu chefe com os que seu pai teria em relação à sua vida, sinto-lhe informar, mas terá sérios problemas na sua trajetória profissional.
Tenho observado muitos profissionais talentosos, cujas empresas não comportam mais seu “tamanho” em sua estrutura. Isso mesmo, às vezes você ficou enorme para sua empresa! Não cabe mais lá. Sua empresa não poderá retribuir os conhecimentos adquiridos durante sua jornada e entrega atual, simples assim. Entenda que sua empresa não irá mudar por você; quem tem que mudar é você!
E por que esse profissional insiste em ficar na organização? O que o prende lá? Muitos ficam pela falta de autoconhecimento, pelo medo do novo, e outros tantos ficam também pelo sentimento de endividamento com o chefe. Como se estivessem abandonando o chefe num momento de crise! Aí que mora o perigo.
Fora aqueles que ficam culpando o mundo por não alcançar suas metas. De que adianta ficar comparando sua contribuição para a empresa com o retorno que recebe, com o que o mercado está pagando pela mesma ação? As empresas são diferentes e têm capacidades e estratégias distintas, ponto final.
Se não conseguiu obter retorno merecido pelo seu trabalho (mas tem a noção realista da sua contribuição) após várias tentativas na empresa, então, algo deverá ser feito.
Não tem nada de errado em ter uma boa relação com seu chefe. Aliás, eu recomendo que ninguém deve trabalhar para quem não admira. Mas é importante se conhecer para não confundir as relações no trabalho.
Um verdadeiro líder desenvolve seus liderados e, quando percebe que alguém cresceu, deve incentivar para que sigam seus caminhos e subam nos degraus do desenvolvimento, para que ocupem seus lugares, seja na mesma empresa ou até em outra organização.
O mercado de trabalho tem que girar! Às vezes, para você crescer na sua empresa, terá que sair dela por um tempo para depois retornar ao cargo desejado. Esse movimento é muito comum no mercado. Se tiver sentimentos confusos em relação ao seu chefe ou à sua empresa, irá se prejudicar nessa escalada profissional.
Não confunda seu chefe com seu pai! Sei que as características de ambos são similares --afinal, tanto um líder quanto um pai são aqueles que orientam, ajudam na formação, corrigem, dão direcionamento e segurança, são amigos, parceiros e companheiros.
No entanto, quando enfrentar qualquer problema na empresa, aceite que, no final do dia, ele será sempre seu chefe. Decisões no mundo dos negócios não têm laços afetivos.
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