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Para ter sucesso, é preciso achar o equilíbrio entre o prazer e o estudo

16/12/2014 10h44

Uma pesquisa feita com crianças mostrou que algumas não conseguem esperar. Deram a algumas delas a opção de ganhar uma barra de chocolate imediatamente, ou aguardar 30 minutos e ganhar duas.

As mais novas foram imediatistas e, conforme a idade dos entrevistados era maior, aumentava o número daqueles que eram capazes de esperar para ganhar o dobro.

Concursandos "meninos", os que ainda estão amadurecendo, não aguardam tempo suficiente para ganhar toda a recompensa possível. Eles preferem menos, mas de imediato. À medida que "envelhecem" - amadurecem e participam de muitos concursos - abrem mão de algum prêmio imediato para ganhar mais depois.

Concursandos maduros administram melhor o tempo, balanceando o lazer e a necessidade de muito estudo, revisão e treinamento.

Não quero dividir as pessoas em "meninos" e "adultos", apenas registrar que – como em qualquer projeto – há um processo de amadurecimento que, muito mais que mudar o nível de conhecimento, muda atitudes e comportamentos.

O chocolate recebido “na hora” é tudo o que, mesmo que prazeroso, adia o estudo, a revisão e a realização de questões de concurso.

A capacidade de dominar seu comportamento é uma questão de maturidade. A mesma que nos induz a fazer as escolhas mais sérias da vida, como trabalhar pela qualidade dos nossos relacionamentos, da nossa alimentação, da nossa forma de enfrentar a depressão e as crises, por exemplo.

Se sacrificar, sem abrir mão do prazer

Precisamos amadurecer para a vida para que a maratona dos concursos se torne mais simples. As regras e princípios gerais são os mesmos que influenciam as demais áreas da vida. Em concursos, a dor é temporária, o cargo é para sempre. Os sacrifícios terminam um dia.

Pensemos na necessidade de desenvolver a difícil capacidade de abrir mão do prazer imediato pela recompensa maior no futuro. É uma troca, um negócio, um investimento, um plano, um desafio e uma ideia.

Abdicar totalmente do "chocolate", do prazer, não funciona. As poucas pessoas que o fizeram e passaram em um concurso não são muito normais.

Os normais não suportam muito tempo sem períodos de descanso. Quando tentam abdicar disso, se estressam, têm o rendimento reduzido, mais dificuldade para passar e, com o tempo, desistem.

Logo, mais do que abrir mão do sono mínimo, do lazer, da saúde, da atividade física ou do namoro – o que seria mais "simples" – você deve fazer com que eles contribuam para seu bem-estar e aumentem sua produtividade.

O tempo fora do estudo não é um tempo perdido. É um período que, se bem dosado, aumentará seu desempenho, além de impedir que você não aguente a pressão.

Qual é o ponto de equilíbrio?

Como criar filhos ou manter o amor entre um casal, estabelecer fronteiras é um processo pessoal, progressivo, subjetivo, difícil e imune a fórmulas prontas. Não existe sabedoria pré-fabricada. Existe sabedoria exercitada. Exercite a sua sabedoria, saiba esperar e amadureça suas escolhas, processos e planos.