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Com prejuízo e queda de 44% nas ações, Magazine Luiza voltará a brilhar?

Lilian Cunha/UOL
Imagem: Lilian Cunha/UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

04/10/2022 09h00

Esta é parte da newsletter A Companhia, que analisa se é o momento ou não de comprar ações do Magazine Luiza e traz os pontos positivos e negativos da empresa. Na newsletter completa, apenas para assinantes, veja perspectivas da empresa, para qual perfil de investidor é indicada, se ela está barata e quais os valores de compra e venda recomendados. Quer receber a edição completa no seu email na semana que vem? Clique aqui.

Nesta semana, o destaque na newsletter A Companhia é o Magazine Luiza, selecionado por Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos.

Ele lembra que a varejista foi uma das protagonistas da popularização do mercado de ações no país e, desde o fim de 2015, o valor de seus papéis já se multiplicou dezenas de vezes.

"Por trás dessa alta existe uma história de transformação do modelo de negócios, de uma empresa antes focada no sistema tradicional de lojas físicas e que passou a investir pesado em digitalização e fortalecimento da cadeia logística", diz Crespi.

Isso, segundo ele, permitiu que os pedidos passassem a ser entregues de forma bastante veloz, algo que foi seguido pelos pares domésticos.

"Depois do forte recuo do papel recentemente, as ações voltaram ao radar dos investidores, que agora buscam se posicionar em nomes que devem surfar o arrefecimento da inflação e uma taxa de juros potencialmente menor no médio prazo."

Após queda de 71% em 2021, as ações do Magazine Luiza (MGLU3) acumulam perda de 44% neste ano, até 29 de setembro, conforme informações do TradeMap, hub independente do mercado financeiro.

A companhia encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido ajustado de R$ 112 milhões, revertendo um ganho de R$ 86 milhões apurado em igual período do ano passado.

Saiba mais sobre o Magazine Luiza

A companhia foi criada na década de 50, em Franca (SP), e se define como um grupo orientado por ciclos de desenvolvimento. A partir de 2019, começou a se posicionar como uma plataforma digital de varejo, "um ecossistema que contribui para que milhares de outros negócios ingressem no universo digital".

Atualmente, conta com 1.429 lojas físicas, em 21 estados, e 23 centros de distribuição, localizados em diferentes regiões do país. No ano passado, a soma de todas as vendas feitas pelo Magalu (online e offline) atingiu R$ 56 bilhões.

Por que as ações do Magazine Luiza são uma oportunidade para investir?

O especialista da Guide destaca que, atualmente, o mercado espera por uma reversão da política monetária do Banco Central, o que deve resultar na queda da taxa básica de juros (Selic) a partir de 2023.

"Com isso, setores que foram muito afetados pelo movimento de aperto monetário iniciado em 2021 (varejo, construção civil e educação, entre outros) devem apresentar uma boa performance."

Segundo ele, dentre os nomes de e-commerce na Bolsa brasileira, o Magazine Luiza é um dos que possuem a operação mais eficiente. "A companhia já começou a apresentar uma melhora nos resultados no segundo trimestre, com uma boa geração operacional de caixa."

Pontos a favor

  • Ambiente macro: com a inflação em queda, postura menos dura do governo em relação aos juros e um segundo semestre cheio de sazonalidade, o bom momento operacional da companhia tem grande potencial de continuidade;
  • Operacional: a empresa atingiu um patamar maduro, contando com uma ampla base de vendedores (cerca de 200 mil terceiros que usam a plataforma do grupo) e com uma malha logística bastante robusta;
  • Alavancagem: a companhia possui a operação da Luizacred e conta com um elevado controle de recebíveis, resultando hoje em disponibilidades líquidas de aproximadamente R$ 1,6 bilhão.

Pontos contra

  • Competição: o e-commerce nacional registrou a entrada de nomes importantes nos últimos anos, como Amazon e Shopee, que inundaram o mercado com ofertas de bens duráveis. Ainda que o momento de maior agressividade promocional tenha passado, tais grupos também investiram em logística e distribuição e devem seguir como uma "pedra no sapato" do Magazine Luiza.
  • Avaliação relativa: uma análise de múltiplos mostra que as ações são historicamente negociadas em patamares considerados caros. Com isso, o mercado costuma acompanhar de perto o desempenho da companhia e, diante de qualquer eventual "não entrega" de resultados, os preços dos papéis na Bolsa são rapidamente descontados;
  • Aquisições recentes: o Magazine Luiza fez diversas aquisições nos últimos anos (Kabum!, Canaltech e Hubsales, entre outras) e uma das dúvidas do mercado é quanto ao potencial de geração de valor desses negócios.

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