Lula almoça com Motta e Alcolumbre para falar de IOF
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O presidente Lula convidou Hugo Motta e Davi Alcolumbre para um almoço fora da agenda no Palácio da Alvorada, nesse domingo.
Segundo interlocutores de Motta, o presidente deixou claro que o aumento do IOF passou pela mesa dele no Planalto e contou com seu aval.
Os chefes da Câmara e do Senado, por sua vez, se dispuseram a dialogar. Mas não houve compromisso de não pautar decretos legislativos que tratam do tema.
O almoço foi marcado pelo Planalto em cima da hora. Na sexta-feira, a agenda de Motta foi fechada para o domingo, e ele ficou em Brasília.
O aumento do IOF foi mal recebido no Congresso. E haverá muita pressão no colégio de líderes para pautar projetos que sustam o aumento do IOF.
Um dos principais é o do deputado André Fernandes (PL-CE). No Senado, Rogério Marinho (PL-RN) também apresentou uma proposta para suspender a alta do imposto. Segundo uma fonte próxima a Motta, "se tiver consenso entre líderes, pode ir a plenário".
Um líder importante acha improvável pautar o assunto. "Não temos pautado PDLs (projetos de decreto legislativo)", resume.
O assunto ganhou nova repercussão depois da entrevista do ministro Haddad ao jornal 'O Globo' no domingo. O ministro da Fazenda disse que vencer o déficit estrutural "depende muito mais do Congresso". Segundo Haddad, "hoje nós vivemos um quase parlamentarismo. Quem dá a última palavra sobre tudo isso é o Congresso".
O presidente da Câmara acusou o golpe e publicou no X: "A Câmara tem sido parceria do Brasil ajudando a aprovar os bons projetos que chegam do Executivo e assim continuaremos. Mas quem gasta mais do que arrecada não é vítima, é autor. O executivo não pode gastar sem freio e depois passar o volante para o Congresso segurar. O Brasil não precisa de mais imposto. Precisa de menos desperdício. Vamos trabalhar em harmonia e em defesa dos interesses do país".
O entorno de Motta diz que o recado é que a Câmara não aceitará transferência de responsabilidade, colocar a culpa na Câmara, que está "sempre à disposição".
Hugo Motta e Fernando Haddad são amigos e bastante próximos. Mas dessa vez o entendimento é que passou do ponto.
Mas, para a Fazenda, a visão é outra. Interlocutores de Haddad não acham que a publicação de Motta nas redes sociais esteja relacionada ao ministro da Fazenda. "Nada a ver", me disseram.
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