Motta e Alcolumbre se unem pra derrotar governo
Ler resumo da notícia

Caso seja derrubado na Câmara, o PDL (projeto de decreto parlamentar) que suspende o decreto do IOF deve ser votado ainda hoje no Senado. Hugo Motta e Davi Alcolumbre jogam juntos. Não faria sentido pautar em uma casa sem combinar com a outra. E a expectativa é que lá também seja derrubado.
A lista de insatisfações com o governo só cresce. Nas palavras de um líder da base aliada no Senado, é uma briga de Motta e Alcolumbre contra o governo. E a principal causa é o que eles veem como ingerência do ministro do STF Flavio Dino nas emendas parlamentares. Na sexta-feira, Dino marcou uma audiência pública para debater se as emendas impositivas são constitucionais. Os presidentes das duas casas do Legislativo vão comparecer pessoalmente para demarcar terreno. Ambos veem a digital do governo nas decisões de Dino que questionam as emendas.
A demora na liberação dos recursos destinados aos parlamentares é a segunda razão citada para a insatisfação. Um dos deputados mais influentes da casa explica: "O governo deve, tem acordo, mas na hora de cumprir nos chama de achacadores. Liberaram R$ 700 milhões de um total de R$ 15 bilhões. Já andou devagar em 2024 e vão enrolar em 2025. Quando parlamentares voltam às bases e são cobrados pelos prefeitos, retornam indóceis a Brasília".
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, alega que Motta errou ao pautar IOF e não avisou o governo. E partiu para a disputa política insistindo no discurso ricos x pobres. Segundo o governo, não se trata de aumento de impostos para a população, mas de cobrar de quem hoje paga menos. E vê a pressão do setor produtivo como crucial para derrubar o IOF.
Interlocutores de Motta rebatem: "Qual a falta de previsibilidade? Tiveram todo o tempo do mundo. Faz 32 dias do primeiro decreto do IOF. Quando Hugo pautou urgência, segurou o mérito, mas avisou que em uma ou duas semanas iria pautar".
E, por último, há grande insatisfação também com recentes manifestações que, segundo interlocutores de Motta, atribuem ao centro e oposição à derrubada dos vetos do setor elétrico que aumentam a conta de luz. "É muita infantilidade do governo ter sete senadores e 63 deputados da base votando para derrubar o veto e insistir que foi o Congresso que derrubou", relata um aliado. Houve acordo e todos derrubaram juntos. Falam até em acordo que envolveria interesses de ministros do governo com Carlos Suarez, empresário baiano conhecido como rei do gás. Como se vê, o que está em jogo é uma disputa política que vai muito além do IOF.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.