Bolsonaro erra números ao defender reabertura de atividades
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Depois de uma visita inusitada com uma comitiva de empresários ao Supremo Tribunal Federal (STF) para defender o afrouxamento de medidas de restrição por conta do coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro errou números supostamente relacionados ao impacto econômico da pandemia.
O presidente justificou a ida com empresários dizendo que estava com cerca de 45% do PIB brasileiro. No entanto, os representantes da indústria que estavam hoje com Bolsonaro movimentam cerca de 20,9% do PIB, segundo dados do IBGE. A própria Confederação Nacional da Indústria (CNI) diz que a "indústria como um todo representa 20,9% do PIB do Brasil".
A informação equivocada dada pelo presidente aconteceu depois que o empresário Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo do Instituto Aço Brasil e coordenador da Coalizão Indústria, afirmou ao presidente do STF, Dias Toffoli, que estavam ali representados 45% do PIB da indústria.
Bolsonaro ouviu o número e passou a dizer que o grupo representava 45% do PIB do país. "Eu estava ali com o ministro Toffoli, para que ele ouvisse não a mim, para que o Toffoli ouvisse os empresários, como eu disse 45% do PIB tava ali", destacou o presidente.
Além disso, Bolsonaro falou que os empresários eram responsáveis por 30 milhões de empregos. Segundo a PNAD contínua do IBGE, de janeiro a março, a indústria ocupava cerca de 11,8 milhões de pessoas.
Desempregados
Segundo fontes do Ministério da Economia, Bolsonaro errou também ao falar que a pandemia já teria resultado em 10 milhões de desempregados.
Bolsonaro disse que ouviu a explicação do ministro da Economia, Paulo Guedes, mas, de acordo com auxiliares, o presidente teria entendido errado a explicação da economia. "O que foi passado para ele é que o estoque de desempregados está em torno de 12,9 milhões", disse essa fonte.
Pressão no STF
A decisão de Bolsonaro de levar empresários à Corte foi alvo de reclamações de ministros do STF.
No Palácio do Planalto, críticas a ida do presidente ao Supremo foram minimizadas. Para um auxiliar militar, a visita foi um aceno para o diálogo. "Quando ele não faz: reclamam. Quando faz: desconfiam. Está difícil o Presidente jogar nesse jogo", disse.
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