Novo ministro faz a conexão entre militares e linha ideológica
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O recém-anunciado ministro da Educação, professor Carlos Alberto Decotelli, não é um nome desconhecido do governo Jair Bolsonaro. Sua escolha significa uma tentativa de retomar o projeto de educação do governo apresentado durante o governo de transição.
Decotelli, oficial da reserva da Marinha, fez parte da equipe de Bolsonaro à época e tem ótima interlocução com os militares, principalmente com os que estão desde o início do governo. Ao mesmo tempo, o novo ministro é alinhado com o presidente e se mostra "fiel aos conceitos de guerra cultural" do governo, o que pode agradar a ala ideológica.
Decotelli será o responsável por fazer "a conexão da academia" com a gestão que os militares constataram que faltava no MEC comandando pelo ex-ministro Abraham Weintraub. Apesar de aliado com ideologias do governo, o agora ministro não é ligado diretamente a ala olavista.
O ex-ministro Weintraub, que deixou o país em circunstâncias ainda a serem esclarecidas, havia tornado sua permanência no governo insustentável depois que os auxiliares militares do presidente aconselharam que seria imprudente manter o ministro em "guerra pública" com o Supremo Tribunal Federal (STF).
Neste processo "de seleção" para a escolha do sucessor de Weintraub, Bolsonaro quis ouvir candidatos.
O presidente chegou a considerar convidar o secretário de Educação do Paraná, Renato Feder. Apesar de auxiliares do Planalto avaliarem que a conversa com Feder tenha sido boa, o presidente deixou claro que não abriria mão da chamada "guerra cultural" em torno da Educação.
Desde o início da escolha, os militares - que defenderam manter o interino até uma decisão feita com cautela - pregavam que era preciso um nome com "capacidade de gestão". "Não precisa ser militar, pode ser civil, mas seria melhor alguém mais técnico", disse ontem um assessor palaciano sobre o perfil que era procurado.
Decotelli já havia sido cotado para o cargo quando Ricardo Vélez deixou o cargo. Hoje, em entrevista ao UOL, o ex-ministro disse que não aceitaria "de jeito nenhum" voltar ao comando do MEC.
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