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Carla Araújo

Valor da continuação do auxílio tem impasse; decisão deve sair esta semana

Presidente Jair Bolsonaro e ministro da Economia, Paulo Guedes, em frente ao Palácio da Alvorada -
Presidente Jair Bolsonaro e ministro da Economia, Paulo Guedes, em frente ao Palácio da Alvorada

Do UOL, em Brasília

29/06/2020 14h35Atualizada em 29/06/2020 14h57

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Apesar de o presidente Jair Bolsonaro ter dito na semana passada que o auxílio emergencial será prorrogado provavelmente em mais três parcelas (de R$ 500, R$ 400 e R$ 300), o governo ainda não bateu o martelo sobre o modelo que será anunciado.

Segundo fontes do Palácio do Planalto, além das contas que precisam se encaixar dentro do orçamento, há um componente político importante na decisão: não criar atritos com o Congresso. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, segue defendendo publicamente mais duas parcelas de R$ 600.

"Estamos conversando, achamos ruim [pagar] duas ou mais parcelas de R$ 600. Vamos ver", disse uma fonte do Ministério da Economia, com conhecimento do assunto.

Segundo esse auxiliar, os problemas fiscais no Brasil serão ainda mais agravados com essa conta. Tanto Bolsonaro como o ministro da Economia, Paulo Guedes, já afirmaram que "a União não aguenta" mais duas parcelas de R$ 600. Segundo o governo, o pagamento de cada parcela de R$ 600 custa em torno de R$ 50 bilhões por mês para os cofres da União.

"Também há a expectativa de que entraremos em outra fase da crise, com menor restrição a mobilidade", ponderou essa fonte, justificando que os valores das parcelas podem ser menores.

O auxílio emergencial foi criado em abril para ajudar trabalhadores sem carteira assinada, autônomos, MEIs e desempregados durante a crise gerada pela pandemia do coronavírus. O prazo para solicitação das três parcelas de R$ 600 oferecidos na primeira leva do programa acaba no próximo dia 2 de julho.

No início da pandemia, o Ministério da Economia queria que as parcelas fossem de R$ 200. Mas o presidente da Câmara subiu o valor para R$ 500, o que obrigou Bolsonaro a anunciar os R$ 600. A ideia de o governo dar "a última palavra" foi uma estratégia para ganhar com a agenda considerada popular e positiva.

Fontes do Ministério da Economia e da Cidadania dizem que a expectativa é que o martelo seja batido nesta semana. Ainda está sendo avaliado se o governo fará um anúncio com ares políticos, já que Bolsonaro tem ampliado sua popularidade com a concessão do benefício em regiões mais carentes do país.