Na corda-bamba, Decotelli tenta resistir, mas deve entregar cargo no MEC
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Auxiliares do presidente Jair Bolsonaro admitiram que o novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, nomeado, mas ainda não empossado, deve entregar sua carta de demissão em breve.
"Está resistindo, mas creio que vai entregar. Está sendo convencido a isso", disse um auxiliar palaciano. Outro interlocutor do governo resumiu a situação com uma expressão popular: "Ele está na corda-bamba".
Segundo um assessor da presidência, a primeira possibilidade deve ser voltar com o secretário-executivo, Antônio Paulo Vogel, como interino novamente. Vogel já teria sido chamado por Bolsonaro para uma conversa hoje no Planalto. Ele assumiu o cargo com a saída de Abraham Weintraub. "Vai depender da pressa do presidente, mas ele pode esperar e escolher com mais calma", ponderou.
O desgaste gerado pelo fato de o currículo de Decotelli apresentar inconsistências, segundo um auxiliar direto do presidente, foi um tema constante nas reuniões de ontem do governo. Bolsonaro estaria avaliando a situação e inclusive pediu novamente a lista de nomes para o cargo.
Após um encontro com o próprio Decotelli, ontem no início da noite, Bolsonaro fez um aceno de apoio, mas evidenciou o incômodo causado pelas desconfianças na formação do novo ministro.
Auxiliares, principalmente os ligados ao núcleo militar, ficaram bastante incomodados com o desgaste trazido pelo novo ministro.
Um assessor palaciano salientou que a saída de Decotelli não necessariamente precisa aguardar a carta de demissão já que ele não chegou a assumir oficialmente. "É só exonerar. Não precisa de sua manifestação".
A nomeação de Decotelli foi publicada em edição extra do Diário Oficial na quinta-feira (25), após anúncio feito pelo presidente Jair Bolsonaro. O governo chegou a planejar a posse para esta terça-feira, mas até agora não há nenhum tipo de informação oficial neste sentido.
Um auxiliar do núcleo militar, que chancelou o convite para Decotelli fazer parte do governo, informou que o ainda ministro não é um militar de carreira. "Ele não é da Marinha. Fez um curso no CIORM (Centro de Instrução de Oficiais da Reserva da Marinha) há muitas décadas atrás e não seguiu carreira", disse.
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