IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

Carla Araújo

Queda da receita em junho desmente discurso de retomada de Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, em cerimônia de prorrogação do auxílio emergencial a trabalhadores informais - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
O ministro da Economia, Paulo Guedes, em cerimônia de prorrogação do auxílio emergencial a trabalhadores informais Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Do UOL, em Brasília

23/07/2020 16h04

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

No dia 30 de junho, o ministro da Economia, Paulo Guedes, participou de uma audiência pública virtual da Comissão Mista de acompanhamento da crise do coronavírus. Guedes, que falou por mais de três horas, fez um discurso otimista em relação à recuperação da economia brasileira.

Em um dado momento, o ministro avisou que a arrecadação de junho iria mostrar que o país já saiu do pior da crise.

"A arrecadação, em abril, houve um total colapso. Em maio, ela já subiu dois dígitos em relação a abril. Em junho, nos primeiros 15 dias, ela já subiu mais do que em maio. E ontem, me dizia o secretário da Receita Federal, que a arrecadação esse mês já está acima do mesmo mês que o mesmo mês do ano passado", disse na ocasião.

Nesta quinta-feira (23), infelizmente a Receita Federal desmentiu o discurso otimista de Guedes. Segundo dados apresentados nesta tarde, a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus levou a arrecadação federal a registrar o pior junho em 16 anos: entraram R$ 86,258 bilhões nos cofres da União no mês passado, um tombo de 29,59% em relação a junho de 2019, já descontada a inflação no período.

Os dados apresentados hoje podem até ser surpresa para o ministro. Mas no início do mês, dados preliminares já apontavam que junho não mostraria a retomada na arrecadação.

Na audiência com parlamentares, em dado momento, o ministro ainda afirmou que o país em 60 dias teria condições de "destravar as fronteiras do investimento".

"É possível o Brasil retomar as reformas estruturantes e crescimento econômico antes do que a maioria dos analistas tem previsto", disse. "Vamos surpreender o mundo daqui a dois ou três meses", afirmou Guedes, destacando que estava sendo realista.

Infelizmente, a realidade está - pelo menos neste momento - distante das análises feitas pelo "posto Ipiranga" do presidente Jair Bolsonaro