"Para a Rússia, é uma excelente notícia", diz general Heleno sobre vacina
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O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, afirmou que a informação divulgada hoje pelo presidente Vladimir Putin, de que a Rússia registrou oficialmente uma vacina contra o coronavírus, é uma boa notícia para eles, mas que no caso do Brasil ainda é preciso aguardar a posição oficial das autoridades sanitárias.
"Para a Rússia, é excelente notícia. Para o Brasil, temos que aguardar a posição das autoridades sanitárias brasileiras em relação à notícia", disse Heleno à coluna.
Em nota, a Anvisa informou que até o momento o laboratório russo responsável pelo desenvolvimento da vacina não apresentou nenhum pedido de autorização de protocolo de pesquisa ou de registro da vacina e que ainda não é possível "para a Agência fazer qualquer avaliação ou pronunciamento em relação a segurança e eficácia deste produto antes que tenha acesso a dados oficiais apresentados pelo laboratório".
Estados "independentes"
O ministro, que é um dos mais próximos do presidente Jair Bolsonaro e compartilha de algumas visões ideologicamente alinhadas a ele, não quis falar em ceticismo.
Mas ao ser questionado sobre sua opinião a respeito do acordo que o governo do Paraná tenta realizar com Rússia para obter a vacina, lembrou que o STF (Supremo Tribunal Federal) deu autonomia aos estados.
"O STF outorgou aos governadores e prefeitos as decisões sobre a conduta da Pandemia em seus respectivos Estados e Municípios", disse.No auge da crise entre Executivo e Judiciário, Heleno foi uma das vozes mais fortes contra a atuação da Suprema Corte.
Na época, quando houve a consulta à PGR sobre a possibilidade de apreensão do celular do presidente, Heleno divulgou uma nota dura em que falou de "consequências imprevisíveis".
Agora, apesar de a crise entre os poderes estar em uma fase mais branda, o presidente ainda mantém alguns atritos com o STF e hoje divulgou um vídeo em que o comentarista diz que "tiraram os poderes do chefe da nação" e que a "vontade do presidente" de fazer o isolamento vertical foi ignorada pelo STF.
Possibilidade de guerra de vacinas
Indagado se via a possibilidade de uma "guerra de vacinas" a exemplo do que tem acontecido com as diferentes correntes e versões em relação aos remédios e tratamentos do coronavírus, o ministro desconversou e preferiu elogiar a gestão do interino, o também general Eduardo Pazuello, sem citá-lo nominalmente.
"O Governo Federal tem feito um excelente trabalho de apoio logístico e repassado aos responsáveis os recursos necessários para que esse apoio aconteça da melhor maneira possível".
Interino sem prazo
Se fosse manter a sua intenção inicial, Pazuello ficaria na pasta até este mês de agosto. Há tempos o ministro tem sido pressionado por militares da ativa e também da reserva para deixar a farda caso continue no governo.
Pazuello tem dito que não tem a intenção de antecipar a aposentadoria e tem ganhado elogios públicos do presidente recentemente, o que o mantém com força no cargo.
Na semana passada, foi ao lado do atual ministro da saúde que o presidente lembrou que o Brasil chegaria a marca de 100 mil mortos e afirmou: "A gente lamenta todas as mortes, vamos chegar a 100 mil, mas vamos tocar a vida e se safar desse problema".
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