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Carla Araújo

Governo se irrita com traições de aliados e pode mudar vice-líder no Senado

Senador Izalci Lucas votou contra orientação do governo - Reprodução Facebook / Divulgação
Senador Izalci Lucas votou contra orientação do governo Imagem: Reprodução Facebook / Divulgação

Do UOL, em Brasília

20/08/2020 11h33Atualizada em 20/08/2020 14h22

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A derrubada do veto que congelava o reajuste a servidores públicos até 2021 no Senado incomodou a cúpula do governo, que pode fazer mudanças em seus representantes na Casa. O vice-líder do governo, senador Izalci Lucas (PSDB-DF), votou para derrubar o veto e irritou o Planalto.

Segundo um auxiliar do presidente Jair Bolsonaro, é possível que ele seja retirado do posto. A avaliação é que o senador fez um movimento ao seu reduto eleitoral, já que o Distrito Federal tem um lobby forte de servidores.

Além de Izalci foram colocados na lista de traidores do Planalto a senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) e o senador Jorginho Mello (PL-SC). Caso o governo tivesse os três votos dos aliados o veto teria sido mantido.

Foco total na articulação

A manhã desta quinta-feira (20) começou agitada em Brasília e a ordem é que a articulação do governo consiga reverter a derrubada do veto na Câmara. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, está sendo procurado por auxiliares de Bolsonaro.

E o novo líder, Ricardo Barros (PP-PR), tem em mãos a sua primeira grande missão. De acordo com uma fonte palaciana, ele já começa com um "grande teste". Hoje cedo, Barros convocou uma reunião com alguns deputados para tentar sensibilizá-los a manter o veto do presidente.

O ministro da articulação, Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), também está em contato com líderes e parlamentares apelando para que o governo não seja derrotado.

Ramos usou as redes sociais para reforçar o discurso do governo. Confio na responsabilidade dos nossos deputados na manutenção dos vetos do Presidente Bolsonaro!!! É preciso garantir o equilíbrio fiscal e, consequentemente, a retomada do crescimento do País", escreveu.

Hoje cedo, o próprio presidente disse que será "impossível governar o Brasil" caso a Câmara não reverta a decisão dos senadores.