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Lira não revela custo de obra que vai tirar imprensa de perto do plenário
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Os primeiros dias de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara estão sendo marcados também por uma polêmica em relação à mudança do comitê de imprensa. O episódio fica ainda mais grave diante da recusa da Casa em informar o impacto da obra programada para o local. Postura bem distante da transparência que se exige quando se mexe com recursos e patrimônio públicos.
Lira anunciou que fará uma reforma e no lugar do comitê instalará o novo gabinete da presidência da Câmara. Com isso, o comandante da Casa não precisará mais cruzar com jornalistas no Salão Verde.
Lira nega que seja um cerceamento à imprensa, mas nem mesmo as informações sobre os custos e o projeto da obra o presidente da Câmara divulgou. A coluna questionou na quarta-feira (10) o custo estimado da obra e que empresa seria responsável pelas mudanças, mas não obteve resposta.
288 metros quadrados
Não é a primeira vez que isso acontece. Diversos antecessores de Lira tentaram retirar a imprensa de onde o projeto original do prédio histórico do Congresso a colocou. O comitê abriga mais de 50 profissionais em 288 metros quadrados. Um espaço amplo demais para apenas um gabinete.
Nenhum presidente, incluindo Eduardo Cunha, conseguiu concretizar a mudança.
Lira, no entanto, chegou e mostrou que tem gosto pela autoridade. Assim que assumiu, ele anulou a eleição para a Mesa Diretora da Câmara, o que foi apontado por muitos como "um cartão de visitas". Agora, informa à imprensa da mudança, baseado em um parecer de 5 parágrafos, e sem nenhum tipo de documento assinado.
O Salão Verde é um dos espaços de maior circulação de pessoas na Câmara e por onde os deputados chegam ao plenário, inclusive o presidente da Casa. Se Lira avançar com seu projeto, avançará também na redução do acesso da imprensa aos parlamentares.
Capital político
Nesta semana, ao colocar como prioridade o projeto de lei de autonomia do Banco Central, Lira celebrou a sua primeira vitória, com 339 votos, número que dá a dimensão do poder na casa de 513 deputados.
No dia seguinte da vitória já mostrou que não viverá sem cobranças ao governo do presidente Jair Bolsonaro e pediu alternativas para o ministro Paulo Guedes (Economia) decidir logo sobre o pagamento do auxílio emergencial.
Da mesma forma que tem usado seu capital político para se relacionar com o governo, Lira tem adotado uma postura irredutível em relação aos jornalistas.
Depois de diversas conversas ao longo da semana, Lira ainda parece disposto a não ceder e pediu o início das obras, dando o prazo para que os jornalistas que trabalham no local retirem seus pertences.
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