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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Guedes canta vitória, mas Bolsonaro não desistiu de aumento para policiais

Do UOL, em Brasília

25/01/2022 11h29

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O presidente Jair Bolsonaro ainda não desistiu completamente de conceder aumento para policiais federais, apesar dos apelos do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que não é hora para reajustes.

Segundo auxiliares do Planalto, a decisão de manter no Orçamento a previsão de R$ 1,74 bilhão para reajuste a servidores públicos tem como pano de fundo a intenção do presidente de que sua promessa aos agentes de segurança ainda possa ser honrada.

Bolsonaro tem alguns meses para decidir se dará ou não o aumento, já que a legislação eleitoral proíbe a concessão de reajustes seis meses antes da eleição, ou seja, a partir do início de abril.

A avaliação feita no Planalto é de que o movimento de reação de outros servidores por conta da promessa de aumento para policiais pode se arrefecer e "sem barulho" o presidente poderia destinar o valor aos policiais.

Integrantes da ala política que consideram essa possibilidade afirmam que é preciso avaliar o cenário de mobilização ou não dos servidores e fazer cálculos se vale mesmo a pena agradar apenas uma categoria - importante para a base eleitoral do presidente - e desagradar a maioria dos servidores, que também costuma fazer bastante pressão nos governantes.

Fontes do Ministério da Justiça reconhecem que o assunto não está decidido e afirmam que ainda é preciso aguardar uma decisão do presidente.

Guedes canta vitória

Apesar de Bolsonaro ainda não ter tomado uma decisão final, auxiliares de Guedes afirmam que as restrições do Orçamento de 2022 são complexas e foi demonstrado ao presidente que não há espaço para aumentos de servidores.

Guedes vinha atuando nos bastidores contra a medida e, mesmo pressionado por ameaças de greves e entregas de cargos na Receita Federal e no Banco Central, manteve a postura de que o momento não permite aumento de salários.

A expectativa da equipe de Guedes agora é que o valor de R$ 1,74 bilhão deve ser remanejado, já que se trata de um gasto discricionário, ou seja, ao longo do ano pode mudar de destinação.

É comum que o governo faça esses remanejamentos, ou seja, use o dinheiro previsto para uma determinada área em outra finalidade. A escolha de quais áreas ganham ou perdem recursos, porém, depende justamente das prioridades do presidente.