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Na Petrobras, novela da indicação de Pires é vista como lambança do governo
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Após relatórios internos apontarem dificuldades para que o economista Adriano Pires assuma o comando da Petrobras, fontes da estatal classificaram como 'lambança' do presidente Jair Bolsonaro (PL) a escolha do substituto do general Joaquim Silva e Luna.
Fontes da estatal confirmam que há fortes pontos que podem ser entendidos como conflito de interesse e afirmam que a situação de Pires seria "incompatível" com o cargo.
Além de atuar como consultor do empresário Carlos Suarez, Pires também trabalha com a Abegás, associação do setor, Compass, concessionário de gás do empresário Rubens Ometto, entre outras empresas.
A expectativa era de que os documentos produzidos pela Petrobras fossem submetidos a uma reunião da diretoria nesta semana e depois seriam analisados pelo Comitê de pessoas no Conselho de Administração. Mas nesta manhã, Pires fez chegar ao presidente sua intenção de recusar o convite.
Conforme mostrou a coluna, o comitê de pessoas pode não impedir que Pires assuma o cargo, mas a podem deliberar para que haja uma restrição: que ele abra mão de sua empresa.
Esse foi um dos motivos que levou o economista a informar para o governo sua intenção de não aceitar mais o cargo. Apesar disso, o presidente Bolsonaro ainda quer avaliar a situação e pediu para auxiliares tentarem reverter a decisão de Pires.
Mais um capítulo
A novela em torno da indicação e da desistência de Pires deve criar mais um capítulo para a já turbulenta relação de Bolsonaro com o ainda presidente da estatal, general Joaquim Silva e Luna.
Há o receio interno que Bolsonaro confronte as regras de governança da empresa e tente criar a narrativa de que a Silva e Luna estaria dificultando o caminho de Pires.
O general foi demitido na semana passada, mas continua no cargo até o dia 13. Segundo auxiliares, ele já avisou que não tem a intenção de continuar na empresa.
Expectativa pela lista
Na Petrobras, a expectativa é que a formalização da desistência de Pires seja realizada por meio da lista oficial dos nomes indicados pelo governo.
A desistência de Pires é apontada dentro da empresa como "cenário mais provável".
A lista é enviada pelo Ministério de Minas e Energia e cabe a Petrobras fazer o anúncio dos novos indicados.
Do lado do governo, auxiliares admitem a possibilidade de não convencerem Pires a aceitar o cargo, e já lutam para conseguir apresentar um plano "b" que não traga ainda mais crises.
O impacto do nome no mercado financeiro é um dos receios do governo. Justamente por isso, segundo uma fonte, o MME deve esperar o mercado fechar para oficializar a desistência de Pires.
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