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Ações ou fundos imobiliários: qual o melhor para começar na renda variável?

Jeremy Bezanger/ Unsplash
Imagem: Jeremy Bezanger/ Unsplash

22/10/2021 04h00

Fundos imobiliários ou ações? Qual é o melhor investimento, qual rende mais, qual é o mais arriscado? Quando começamos a investir na renda variável descobrimos que essas duas classes de ativos são as mais populares e rentáveis no longo prazo para quem deseja montar uma carteira.

Porém, nem sempre é fácil decidir entre um e outro, descobrir qual é mais adequado para o seu perfil de investidor e principalmente qual vai trazer mais rentabilidade para seu dinheiro. Resolvi separar as principais diferenças entre esses dois tipos de investimentos para ajudar você a montar uma carteira.

Principal diferença

A grande diferença entre esses dois tipos de aplicação são os investimentos que representam por trás do papel. Nos fundos imobiliários, toda a vez que você compra uma cota, está comprando um pedaço de um ou vários imóveis e ganhando rendimento mensal que vem principalmente do valor pago pelos inquilinos dessas construções.

Quando você compra uma ação está comprando participação em uma empresa. Você ganha dinheiro por meio dos lucros dessa empresa, que são distribuídos pelos dividendos e pela valorização da ação.

Qual rende mais?

Depois de descobrir para onde seu dinheiro vai quando investe nesses ativos, fica mais fácil entender qual é o maior potencial de rentabilidade do seu dinheiro. Nas ações a chance de ter um aumento do valor da cotação e do recebimento de dividendos ao longo do tempo é teoricamente maior que nos fundos imobiliários.

Isso porque é muito mais fácil uma empresa crescer 10% em faturamento e lucro em um ano do que um fundo imobiliário apresentar esse mesmo comportamento. As empresas têm muito mais facilidade em pegar empréstimos, aproveitar as tendências de mercado e expandir sua área de atuação do que os fundos imobiliários.

Pegue como exemplo a Magazine Luiza. Sua cotação multiplicou diversas vezes nos últimos anos, graças a excelentes estratégias de posicionamento de mercado, como expansão do e-commerce. Nos fundos imobiliários a expansão é bem mais complicada, existem diversas leis e regras que delimitam o financiamento e aquisição de novos imóveis para o fundo.

Por esses motivos as ações normalmente têm maior potencial de lucro no longo prazo, porém é preciso analisar outros quesitos antes de decidir por um ou outro.

Qual é o mais seguro?

Ambos são investimentos de renda variável. Isso significa que é preciso estudar bem esses ativos antes de decidir investir neles. É comum haver variação de preços com o passar do tempo nesses papéis.

Essa variação normalmente é menor dentro dos fundos imobiliários, principalmente porque grande parte do preço da cotação deles é lastreada pelos imóveis do fundo. Isso significa que apesar da influência do mercado na cotação dos fundos, o patrimônio em imóveis ainda segura grande parte do preço.

Nas ações a volatilidade dos preços é bem maior, pois a cotação é afetada principalmente pelas perspectivas futuras do mercado. Se existe a possibilidade de os lucros da empresa caírem no futuro, a cotação normalmente cai. Se o mercado reage mal a uma notícia, a chance da cotação cair também é maior. Resumindo: os fundos imobiliários normalmente apresentam menor variação de preços que as ações.

Renda mensal

Nos fundos imobiliários você recebe rendimento mensal vindo (na maioria das vezes) diretamente do aluguel pago pelos inquilinos. Isso garante um fluxo mensal mais previsível e constante de dinheiro. Em grande parte das ações o fluxo de dividendos é irregular e é difícil prever quando e quanto você vai recebê-los.

Analisando esses critérios fica mais fácil definir qual desses investimentos é o mais adequado para o seu perfil e qual deles vai garantir mais tranquilidade e rentabilidade para sua carteira.