Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Tesouro Direto com juros semestrais: será que vale a pena?
Nas últimas semanas, já falei aqui sobre Tesouro Selic, Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA. Diante de tanta opção, fica difícil entender qual título o ideal para sua carteira.
Nessa escolha, você ainda precisa tomar outra decisão: receber todo o investimento de volta no vencimento ou em parcelas semestrais. Por isso, no quinto vídeo da série Mapa do Tesouro Direto abordo títulos públicos com juros semestrais. Afinal, vale a pena aplicar? Já adianto que pode ser uma cilada, a depender do seu momento financeiro.
Em qual fase de vida você está: a de acumular patrimônio ou a de usufruir do que juntou? Faço essa pergunta porque ela é importante para decidir qual tipo de título público é o mais adequado.
Atualmente, são quatro títulos que pagam juros semestrais. Um é prefixado, ou seja, paga juros fixos, e vence em 2031. Os demais são de inflação, pagando um juro fixo mais inflação no período. As datas de vencimento são 2030, 2040 e 2055.
Títulos públicos com juros semestrais funcionam como se adiantassem o pagamento dos juros que, em um título normal, seriam pagos lá no futuro, no vencimento. Justamente por ser uma antecipação, para efeito de imposto, funciona como se fosse um resgate.
Vale lembrar que o Imposto de Renda no Tesouro Direto recai sobre a rentabilidade e muda conforme o prazo. Se o investimento for de até seis meses, paga-se a maior alíquota: 22,5%. Entre seis meses e um ano, o IR cai para 20%. Entre um e dois anos, para 17,5% e, para mais de dois anos, chega à menor taxa, de 15%.
Se investir em um título com juros semestrais o pagamento cai na lógica acima no que diz respeito ao imposto. Então, no primeiro pagamento, em seis meses, você vai pagar 22,5% de IR sobre o rendimento, no segundo (em um ano) 20%, no terceiro (um ano e meio) 17,5% e só depois passa a pagar 15%.
Além de fazer o investidor pagar mais imposto antecipado, os juros semestrais interrompem o efeito de juros compostos. O dinheiro recebido a cada seis meses poderia estar rendendo se estivesse aplicado. Mesmo que resolva reaplicar o valor, perde alguns dias entre receber e investir de novo.
Vale ou não a pena?
Como boa economista, tenho de cair na resposta "depende". Se você está na fase de usufruir do que juntou, pode ser uma boa opção para ter um fluxo semestral de juros. Isso também vale se você tiver juntado muito dinheiro.
Pelo contrário, se estiver juntando dinheiro em uma fase de formar patrimônio, é melhor o dinheiro trabalhar por mais tempo ao invés de ficar antecipando pagamento de juros, pois assim pagará mais IR.
No vídeo acima, fizemos algumas simulações de quanto você conseguiria caso aplicasse R$ 100 por mês no investimento.
Já aplica no Tesouro Direto? Comenta aqui embaixo ou nas redes sociais do Econoweek.
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