A ação do Bradesco é um peru com farofa servido ao investidor gringo?

A Blackrock, maior firma de gestão de investimentos do mundo, adquiriu mais de 8,3 milhões de ações preferenciais do Bradesco (BBDC4). Com isso, a gestora americana detém, através de seus fundos, a maior posição individual das ações sem direito a voto: 5,47% deste tipo de papel.

Considerando o valor de fechamento dos papéis nesta quarta (R$ 16,57), a Blackrock tem uma posição comprada em Bradesco que supera R$ 4,8 bilhões (290 milhões de ações). As últimas compras da Blackrock, realizadas nas últimas semanas, foram registradas na segunda (4).

BBDC4, que passou a maior parte de 2022 sendo negociada na faixa de R$ 19 e 20, tomou um tombo para R$ 15 em novembro do ano passado com resultados abaixo do esperado no terceiro trimestre. Em março deste ano, com a exposição do banco ao calote de Americanas, o papel encontrou seu fundo do poço a R$ 12,57.

Foi depois disso que os gringos começaram a entrar mais forte:

• O também americano Capital Group comprou 35,6 milhões de ações (anúncio público em 30 de abril).
• TIAA-Cref, poderoso fundo de pensão dos professores americanos, adquiriu 8,3 milhões de ações (também em abril).
• Os britânicos da Schroders aportaram para comprar 6,5 milhões de ações.

TAMBÉM É IMPORTANTE:

O maior vendedor do semestre passado também foi um estrangeiro: Vanguard Group vendeu 26 milhões de ações do Bradesco no que parece ser um ajuste de portfólio. A gestora global continua detendo 162 milhões de ações - uma posição de 3% das preferenciais do banco ou cerca de R$ 2,7 bi em valor de mercado.

O papel suscita uma polarização curiosa entre analistas.

• Recomendam a compra: HSBC, JPMorgan e Scotiabank.
• Recomendam a venda: Santander, Itaú BBA e Eleven Financial.

PARA PRESTAR ATENÇÃO:

• Com a mudança do estatuto social da BRF, não existe mais a obrigação de realização de OPA (Oferta Pública de Aquisição) caso algum acionista ultrapasse 33,33%.
• Combinada com aprovação de aumento de capital e emissão de 500 milhões de novas ações, a remoção da poison pill deve permitir que a Marfrig salte dos atuais 33% para 39%. A SALIC, segundo maior acionista, deve ir a 16% da BRF. Os dois se comprometeram a adquirir, cada um, 250 milhões das novas ações.
• Minerva Foods (BEEF3) anunciou ter realizado o primeiro embarque de jerked beef para os Estados Unidos. O produto, um aperfeiçoamento do charque, saiu da unidade de processamento de Barretos (SP).
• O governo do Canadá vai parar de anunciar no Facebook e no Instagram em resposta ao plano da Meta, controladora das plataformas, de cessar definitivamente de distribuir conteúdo jornalístico nas redes.
• É o mais recente movimento da batalha que envolve a lei que obriga as grandes plataformas a remunerarem conteúdo jornalístico no país.

Concluída em junho, a sexta emissão de cotas do Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11), um dos FIIs mais populares do país, alcançou R$ 1,1 bilhão em patrimônio. Entre os ativos do Alzirão, como é conhecido, está esta unidade alugada à Decathlon até 2050 (contrato atípico até 2030), perto da ponte Octavio Frias de Oliveira, em São Paulo.