Americanas decidem processar ex-diretores por suspeita de fraude
Em assembleia geral extraordinária nesta quarta-feira (11), os acionistas das Americanas rejeitaram as contas dos administradores referentes ao exercício social de 2022, ano em que foi descoberta a fraude corporativa que levou a varejista à lona. Os acionistas autorizaram a empresa a propor uma ação de responsabilidade civil contra os ex-diretores da companhia.
Com base nessa decisão, a empresa foi autorizada a propor uma ação de responsabilidade civil contra os ex-diretores Miguel Gutierrez, Anna Christina Saicali, José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles.
Em diferentes ocasiões, o ex-CEO Gutierrez negou ter conhecimento das fraudes que ocultaram do balanço R$ 20 bilhões em dívidas bancárias através de uma operação de antecipação de receitas de fornecedores. Depois da descoberta da fraude, a empresa entrou em recuperação judicial em janeiro de 2023, com um passivo total superior a R$ 40 bilhões.
Tecnicamente, trata-se de uma ação civil, isto é, em busca de algum tipo de reparação financeira ou estabelecer punições na esfera cível. É diferente da investigação criminal, a cargo da Polícia Federal e do Ministério Público Federal do Rio, que busca estabelecer se houve crime e quem foram os responsáveis.
Dois ex-diretores, Flávia Carneiro e Marcelo Nunes, tornaram-se delatores e forneceram informações para a investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal ainda em curso.
Em troca da colaboração, eles receberam um pacote que inclui dez anos de salário, mensalidade da educação dos filhos e plano de saúde, além do pagamento de honorários de seus advogados.
Na assembleia desta quarta, as contas do exercício de 2023 foram aprovadas, juntamente com as demonstrações financeiras, que apresentaram um prejuízo de R$ 2,27 bilhões.
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