Graciliano Rocha

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Reportagem

Primeiro, as ações dispararam; depois, o Atacadão soltou fato relevante

As ações do Atacadão (CRFB3) registraram uma forte valorização nesta terça-feira (11), encerrando o pregão em alta de 9,46%, cotadas a R$ 7,07. O movimento ocorreu antes da divulgação oficial de um fato relevante pelo Grupo Carrefour Brasil, controlador da empresa, confirmando a proposta de deslistagem da companhia.

Pouco antes das 14h, os papéis eram negociados a R$ 6,67, mas passaram a subir rapidamente diante de rumores de que o Carrefour S.A., sediado na França, estaria planejando uma oferta para fechar o capital da empresa no Brasil. A informação foi inicialmente noticiada pela Bloomberg, às 14h10, gerando uma reação imediata no mercado.

Às 15h39, o Grupo Carrefour Brasil confirmou, por meio de fato relevante, que seu acionista controlador (a matriz francesa) submeteu uma proposta para converter o Atacadão em uma subsidiária integral, retirando seus papéis do Novo Mercado da B3 e alterando sua categoria na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de companhia aberta "A" para "B".

A proposta prevê que cada ação ordinária do Atacadão seja incorporada por uma nova sociedade e posteriormente resgatada por um dos três modelos oferecidos aos acionistas: recebimento de R$ 7,70 em dinheiro por ação, troca parcial por ações do Carrefour na Bolsa de Paris ou um modelo de conversão em BDRs no Brasil.

Segundo o anúncio, o valor da oferta representa um prêmio de 32,4% sobre a média ponderada das ações no último mês e de 27,3% de ágio em relação à proporção sugerida para quem optar por trocar os papéis do Atacadão e pelos do Carrefour, na bolsa francesa. O comitê independente do conselho de administração do Atacadão está analisando a proposta e negociando os termos antes de levá-la à votação em assembleia.

O movimento de compra das ações ocorre em um momento de arrefecimento da cotação do dólar, após um período de forte alta no ano passado. A desvalorização recente da moeda norte-americana pode favorecer operações de empresas estrangeiras no Brasil, reduzindo o custo de transações como essa. A intenção do Carrefour de reforçar sua estrutura no país segue a tendência de multinacionais que buscam consolidar ativos locais diante do novo cenário cambial.

Reportagem

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