Graciliano Rocha

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Reportagem

Por que a ação do Bradesco passou de humilhada a exaltada no pregão da B3

Os humilhados da renda variável foram exaltados no primeiro pregão da Bolsa de São Paulo, depois que se disseminou no mercado a impressão de que a alta de meio ponto percentual da Selic de ontem encerrou o ciclo de alta. A estrela de hoje foi o Bradesco, cuja ação fechou o dia com alta de mais de 15%, com investidores eufóricos com o lucro acima do esperado, anunciado ontem à noite.

O pregão de hoje foi movido pelo forte otimismo na B3, com o Ibovespa tendo fechado o dia com alta de 2,15% aos 136.231 pontos. Sintoma da bonança, o dólar caiu 1,47% (R$ 5,66).

Desde o último trimestre de 2022, a ação do banco vinha enfrentando sucessivas quedas, alimentadas pela desconfiança dos investidores com índices de inadimplência e lucratividade abaixo da esperada, em contrastes com balanços mais robustos trazidos pelos demais bancos.

Como é comum em finanças, nada (ou quase nada) resiste a um bom balanço: as ações do banco chegaram a disparar 15,87%, refletindo um balanço considerado robusto e acima das expectativas do mercado. O lucro líquido recorrente no primeiro trimestre foi de R$ 5,9 bilhões, superando o consenso de R$ 5,4 bilhões. O resultado representa alta de 39% na comparação anual e de 9% frente ao quarto trimestre de 2024.

Além do número absoluto, agradou ao mercado a expansão da carteira de crédito, que subiu 2,4% no trimestre e 13% em 12 meses - ritmo superior às projeções ("guidance", no jargão do mercado) do próprio banco, que prevê crescimento entre 4% e 8% em 2025. O desempenho foi puxado por pequenas e médias empresas e pessoas físicas, com destaque para operações com garantia, que passaram a representar 57% da carteira.

O presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, afirmou que o banco mantém uma perspectiva de crescimento gradual nos resultados. Segundo ele, há potencial para que o lucro supere o ponto médio das projeções, impulsionado por indicadores como a expansão da carteira de crédito.

Ele afirmou que os segmentos de seguros e banco de investimentos já apresentam rentabilidade elevada. O desafio, disse, está em melhorar a eficiência no atendimento à baixa renda. Ele disse que um controle melhor de custos trará um retorno diferenciado no segmento.

Reportagem

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