O que propõe a agenda liberal de Tarcísio que agrada ao PIB e investidores
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Durante a Brazil Week em Nova York, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apresentou uma agenda econômica nacional que reforçou sua imagem de contraponto ao PT para o empresariado e investidores.
Embora afirme que pretende disputar a reeleição em São Paulo e negue qualquer candidatura presidencial para 2026, Tarcísio falou a uma plateia de empresários e banqueiros como alguém pronto para disputar o cargo.
Ao se posicionar a favor de maior disciplina fiscal, em contraste com a política de expansão de gastos do governo federal sob Lula, o governador de São Paulo se colocou como a principal alternativa de um projeto de direita no país.
No evento promovido pelo Citibank no Museu de Arte Moderna, ele defendeu uma série de medidas com foco na reorganização das contas públicas e estímulo ao investimento privado:
- Reforma orçamentária para desvincular receitas e despesas, o que abriria espaço para maior flexibilidade nos gastos públicos;
- Desindexação do salário mínimo, medida controversa, mas vista com bons olhos por setores que buscam maior controle da política fiscal porque diminui o ritmo de gastos com a previdência; hoje o piso das aposentadorias é indexado ao salário mínimo;
- Ampliação das privatizações, área em que Tarcísio acumula experiência como ex-ministro da Infraestrutura e como governador; foi sob sua gestão que a Sabesp, maior empresa de saneamento do país, foi privatizada;
- Revisão dos benefícios fiscais, com foco em maior eficiência na alocação de recursos;
- Reformulação dos programas sociais, incluindo uma "porta de saída" para os beneficiários e redução progressiva do custo desses programas.
Tarcísio também destacou sua experiência no governo paulista como um modelo de atração de investimento. Citou que a meta inicial de atrair R$ 220 bilhões em investimentos privados já foi superada, alcançando R$ 350 bilhões contratados até agora.
Para os investidores presentes à conversa promovida pelo Citi, a clareza da apresentação e a defesa de uma agenda de austeridade com capacidade de execução foram determinantes para o entusiasmo, conforme dois participantes do encontro relataram à coluna.
Não é a primeira vez que Tarcísio defendeu publicamente itens desta agenda em encontro de investidores. Em março em São Paulo, o governador já havia se apresentado como um contraponto às medidas do governo federal.
Naquela ocasião, ele havia demonstrado preocupação com a estratégia do governo do PT para isentar o imposto de renda de quem ganha até R$ 5.000 e tributar o capital. Segundo ele, a estratégia destruiria a poupança e dificultaria o investimento no país.
À época, ele também havia defendido uma "porta de saída" para beneficiários de programas sociais. Segundo ele, os programas sociais criavam informalidade sem emancipar seus destinatários.
O que Tarcísio fez em Nova York:
- Palestra principal no evento do Citibank, no Museu de Arte Moderna (MoMA): Tarcísio discursou para uma plateia de cerca de 50 executivos e investidores brasileiros e estrangeiros, apresentando sua visão sobre os rumos do Brasil e defendendo uma agenda liberal.
- Participação no Summit Brazil-USA, organizado pelo Valor Econômico: ao lado de outros governadores, como Eduardo Leite (RS), Tarcísio abordou temas de política econômica e respondeu a perguntas sobre 2026, ocasião em que disse que vai "ficar em São Paulo".
- Encontros com investidores: Tarcísio participou de pelo menos três eventos organizados por grandes bancos, além do encontro do Citi, onde manteve conversas com investidores relevantes para o Brasil. Entre os presentes em suas reuniões estavam Marcos Molina (presidente da Marfrig e da BRF) e Miguel Setas (CEO da Motiva), além de CEOs e CFOs de grandes empresas com negócios no Brasil.
- O governador apresentou projetos de infraestrutura a executivos da BlackRock, a maior gestora de fundos de investimentos do mundo em um painel intitulado "Aproveitando Oportunidades de Crescimento em Infraestrutura Privada", explicando os projetos da construção da nova sede administrativa do governo paulista no centro da capital e o projeto do túnel imerso Santos-Guarujá, além de oportunidades na área de data centers e agronegócio.
O Poder e Mercado é exibido terças e quintas, às 20h, com apresentação de Raquel Landim e comentários de Mariana Barbosa e Graciliano Rocha. O programa de política e economia chega para conectar os grandes temas do Congresso Nacional a seus impactos no mercado financeiro e no dia a dia das pessoas.
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