Graciliano Rocha

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Reportagem

8 coisas que você deve saber sobre o novo surto de gripe aviária no Brasil

O Brasil confirmou seu primeiro caso de gripe aviária de alta patogenicidade (H5N1) em uma granja comercial em Montenegro (RS), a 60 km de Porto Alegre. O caso, comunicado à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), já gerou reação imediata de países importadores, como China e União Europeia.

1. Não dá pra pegar gripe aviária comendo frango ou ovo

A gripe aviária não é transmitida pela ingestão de carne de aves ou ovos cozidos. O risco de infecção humana existe, mas está restrito a contato direto com aves vivas infectadas, especialmente sem proteção adequada.

2. Não vai faltar frango no supermercado

Não há indicação disso por enquanto. O foco está restrito a uma única granja, e o Ministério da Agricultura garante que o abastecimento interno está assegurado: 75% da produção brasileira fica no mercado doméstico, segundo o Ministério da Agricultura. Ou seja, o frango do dia a dia da maioria dos brasileiros não deve faltar.

3. Não dá para prever agora o que acontecerá com o preço

Se muitos países continuarem suspendendo as compras do frango brasileiro, pode sobrar mais carne no mercado interno. Isso pode até fazer o preço cair. Por outro lado, se os produtores reduzirem a oferta por causa da incerteza, os preços podem subir. Tudo vai depender de como o mercado vai reagir nas próximas semanas.

4. O maior problema até agora é para os exportadores

Os Estados Unidos são o maior produtor global de frango. O Brasil ocupa a segunda posição em volume produzido, mas é o maior exportador mundial de carne de frango, com vendas para mais de 150 países.

China e União Europeia suspenderam as compras do Brasil inteiro, embora existam acordos que permitam restrições apenas ao estado afetado. O governo agora tenta limitar os danos e manter a confiança sanitária internacional.

O país mantinha o status de livre da gripe aviária em granjas comerciais — e agora perde esse selo. O governo defende que os embargos sejam regionalizados, afetando apenas o RS.

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5. Grandes empresas tendem a ser as mais afetadas

Provavelmente, as grandes empresas, BRF (Sadia e Perdigão) e JBS (Seara), vão perder dinheiro com isso. Se os embargos se prolongarem, os efeitos devem aparecer nas margens e nos lucros. Em abril de 2025, o Brasil exportou 119 mil toneladas de carne de frango.

Para minimizar impactos nas exportações, o governo está negociando com países importadores para que eventuais restrições sejam aplicadas apenas ao estado afetado — o chamado modelo de regionalização.

6. Como o governo está respondendo à crise

O Ministério da Agricultura ativou o plano nacional de resposta à gripe aviária após confirmar o caso na granja comercial do Rio Grande do Sul. A área foi isolada. O Brasil também notificou oficialmente a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e iniciou o reforço da vigilância em todo o território nacional, com inspeções em granjas próximas e monitoramento de aves silvestres. O objetivo é conter rapidamente o foco e preservar a confiança internacional.

Além disso, foram acionadas barreiras sanitárias, equipes técnicas especializadas e canais de orientação ao setor produtivo. O objetivo é manter o abastecimento interno seguro, proteger a produção e mostrar que o Brasil tem capacidade para reagir com rigor e transparência.

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7. O que acontece com os frangos da granja infectada?

Eles serão abatidos sanitariamente e a granja será isolada e desinfetada. Essas medidas seguem os protocolos internacionais para conter surtos.

8. Não há sinais de que a gripe aviária possa se espalhar para outras regiões

Não há sinais disso até o momento. Mas a vigilância sanitária foi reforçada em todo o país, especialmente em áreas próximas ao foco no Rio Grande do Sul.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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