Graciliano Rocha

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Reportagem

BRF e Marfrig ajustam rota para fusão e aguardam aval do Cade

A fusão entre a BRF e a Marfrig deu mais um passo nesta semana, com a formalização de um aditamento ao protocolo da operação que prevê a incorporação da BRF pela Marfrig. A alteração no acordo, anunciada hoje, insere uma nova condição para a conclusão da operação: a aprovação prévia pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

A inclusão do aval do Cade como cláusula suspensiva ocorre após aprofundamento das discussões entre as companhias, que já haviam divulgado em 15 de maio a intenção de combinar operações. A decisão de condicionar a eficácia da operação à aprovação do Cade busca mitigar riscos jurídicos.

As administrações de BRF e Marfrig reapresentaram nesta segunda-feira as propostas que serão submetidas às assembleias gerais extraordinárias marcadas para 18 de junho. Com isso, acionistas votarão novamente sobre os termos da fusão, agora atualizados com a nova exigência regulatória.

Apesar da novidade, os principais parâmetros da transação permanecem inalterados: a relação de troca entre ações, o direito de retirada e os demais termos do protocolo original foram mantidos. As companhias reforçaram que toda a documentação atualizada já está disponível aos acionistas em seus sites, além das páginas da CVM e da B3.

Se aprovada, a fusão consolidará uma das maiores empresas de alimentos do mundo, reunindo marcas icônicas como Sadia, Perdigão e Qualy sob o mesmo guarda-chuva corporativo. A medida também deve gerar ganhos operacionais relevantes, com sinergias em logística, distribuição e exportações.

Os números da nova companhia (conforme os balanços de 2024):

  • Receita Líquida combinada: R$ 152 bilhões
  • Lucro Líquido combinado: R$ 6,5 bilhões
  • Ebitda ajustado combinado: R$ 24,1 bilhões
  • Colaboradores: 130 mil (100 mil da BRF e 30 mil da Marfrig)
  • Produção anual estimada: 8 milhões de toneladas de alimentos
  • Presença global: Operações em 117 países

A reunião do conselho de administração da Marfrig que aprovou o aditamento ocorreu na manhã do dia 26, por videoconferência. Marcos Molina, fundador da Marfrig, presidiu a sessão que ratificou a nova cláusula e autorizou a diretoria a seguir com os trâmites operacionais necessários.

O mercado agora volta suas atenções para a manifestação do Cade, que deverá avaliar os impactos concorrenciais da transação. A expectativa é de que o órgão examine aspectos como concentração de mercado em diferentes cadeias de produção, efeitos para consumidores e a estrutura final da nova companhia.

Reportagem

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