Cade aprovou fusão Petz-Cobasi, que redesenha o mercado pet no Brasil

Mercado pet no Brasil será impactado pela fusão que vai criar um gigante do setor Imagem: Alvan Nee/Unsplash

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) deu sinal verde, sem restrições, à fusão entre as duas maiores redes de produtos e serviços para animais do Brasil: Petz e Cobasi.

Com 46 páginas, a decisão, publicada na noite de hoje, marca a consolidação de um gigante no setor, com mais de 480 lojas físicas combinadas, canais digitais integrados e atuação em diversas frentes — do varejo de ração e acessórios a serviços veterinários e estética animal.

A operação envolve a incorporação da Petz pela Cobasi, com os acionistas da Petz ficando com 52,6% da nova empresa combinada, e os da Cobasi com os 47,4% restantes.

O mercado de cuidados com animais de estimação é estimado em mais de R$ 60 bilhões por ano, segundo dados da Abinpet.

Conforme os dados apresentados ao Cade, o faturamento da Petz em 2023 foi de R$ 3,75 bilhões no Brasil. A Cobasi teve receitas R$ 3,1 bilhões no mesmo período.

Por que o Cade aprovou sem restrições

O órgão de defesa da concorrência considerou que não há risco de concentração excessiva que prejudique a concorrência.

Segundo a decisão, a fusão não elimina a rivalidade de mercado — inclusive por conta da atuação crescente de pet shops independentes, marketplaces como Mercado Livre e Amazon, e da própria Petlove, terceira interessada no processo.

Fatores pesaram na decisão:

Baixas barreiras à entrada: o setor ainda permite a entrada de novos concorrentes, especialmente nos canais digitais.
Concorrência pulverizada: pequenos e médios pet shops exercem pressão competitiva relevante, sobretudo no mercado físico.
Diferença nos modelos de negócio: supermercados, por exemplo, não são vistos como concorrentes diretos, pois atuam com portfólio mais limitado e focado em produtos básicos.
Capilaridade: a fusão deve ampliar a capacidade de atendimento, com ganho de escala logística e fortalecimento da estratégia multicanal (lojas físicas, apps, sites, marketplaces).

Reportagem

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