Graciliano Rocha

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Reportagem

Em carta, fintechs dizem que aumento de imposto põe em risco conta gratuita

As principais entidades que representam as fintechs no Brasil divulgaram hoje uma carta pública em que se posicionam contra a possibilidade de aumento de carga tributária sobre o setor como forma de compensar a revogação do decreto 12.466/25, que elevou as alíquotas do IOF. A medida é avaliada pelo governo como parte do esforço para aumentar a arrecadação e fechar as contas públicas de 2025.

A reação das entidades — Zetta, Abipag, Abranet, Abfintechs, ABCD e Pagos — ocorre num momento em que cresce nos bastidores a discussão sobre a equiparação tributária entre bancos e instituições financeiras digitais. As associações afirmam que não foram chamadas ao debate e que qualquer mudança nesse sentido pode comprometer conquistas recentes no sistema financeiro.

"Um aumento da já elevada carga tributária das fintechs coloca em risco conquistas importantes para a sociedade brasileira como a inclusão financeira, as contas gratuitas, o aumento da oferta de crédito e a melhoria dos serviços prestados ao consumidor", diz a nota divulgada nesta manhã.

A carta pública surge em meio às discussões no governo sobre medidas alternativas para recompor as perdas de arrecadação com a possível revogação do decreto do IOF. O setor teme que uma nova tributação, como a extensão da CSLL às fintechs, seja aprovada sem o devido diálogo com os agentes impactados.

As entidades argumentam que as diferenças tributárias entre bancos e fintechs decorrem do escopo mais restrito dessas últimas e do modelo regulatório que buscou estimular novos entrantes.

A nota destaca que, nos últimos dez anos, a atuação das fintechs foi decisiva para ampliar o acesso a serviços bancários no Brasil. Entre 2012 e 2024, o número de brasileiros com acesso a algum serviço financeiro subiu de 119 milhões para 175 milhões, com maior penetração entre pessoas com renda de até três salários mínimos.

Além disso, as associações apontam benefícios como a redução de tarifas bancárias — estimada em 36,8% segundo estudo da Fipe —, apoio a políticas públicas como Pix e open finance, e impacto positivo na efetividade da política monetária.

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