Graciliano Rocha

Graciliano Rocha

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
Reportagem

O que está por trás da aposta bilionária dos suíços nos portos do Brasil

A suíça MSC oficializou hoje a aquisição do controle da Wilson Sons por R$ 4,35 bilhões, em uma transação que marca a maior movimentação no setor de logística portuária do Brasil nos últimos anos. O negócio foi fechado por meio da subsidiária SAS Shipping Agencies Services, sediada em Luxemburgo, que agora detém 68,39% do capital da companhia brasileira.

A MSC pretende lançar uma oferta pública unificada para aquisição das ações remanescentes e, com isso, promover o fechamento de capital da Wilson Sons, atualmente listada na B3 (ticker: PORT3). O objetivo é retirar a companhia da Bolsa e cancelar seu registro como companhia aberta junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

A Wilson Sons é uma das maiores operadoras de logística portuária e marítima do Brasil, com atuação diversificada e integrada. A empresa controla dois importantes terminais de contêineres — Tecon Salvador (BA) e Tecon Rio Grande (RS) — voltados à movimentação de exportações e importações.

Opera também a maior frota de rebocadores do país, com 81 embarcações em todos os principais portos, além de prestar serviços de agenciamento marítimo, despacho aduaneiro e transporte terrestre. A companhia mantém um estaleiro no Guarujá (SP) para construção e manutenção naval, e bases offshore em Salvador, Niterói e Rio de Janeiro, dedicadas ao setor de petróleo e gás.

A lógica da aposta bilionária da MSC, maior empresa de transporte marítimo do mundo, na brasileira Wilson Sons é um movimento mais global de verticalização no setor logístico. Com o movimento de aquisição dos terminais portuários e operações da Wilson Sons, a multinacional suíça busca consolidar sua presença na América Latina.

A transação envolveu a compra de 248,6 milhões de ações detidas pela OW Overseas (Investments) Limited, antiga controladora, além de outros 52,9 milhões de papéis já adquiridos anteriormente em bolsa. O preço pago por ação foi de R$ 17,50, à vista.

Segundo o comunicado, a oferta será feita nos mesmos termos oferecidos ao antigo controlador e prevê pagamento à vista, com correção monetária pela taxa Selic entre a data de conclusão da operação e o leilão da oferta.

Fundada em 1970 e controlada pela família Aponte, a MSC é uma companhia privada com sede em Genebra e uma frota de mais de 900 navios. Com a incorporação da Wilson Sons — uma das mais tradicionais operadoras portuárias do Brasil — a empresa consolida sua verticalização no transporte marítimo e portuário no país.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.