Graciliano Rocha

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Reportagem

Como é o Tesla que Trump comprou na amizade e agora quer passar para frente

Símbolo de uma amizade e aliança política em março deste ano, o Tesla vermelho comprado por Donald Trump virou um mico, depois que o presidente dos Estados Unidos e Elon Musk, o homem mais rico do mundo, romperam publicamente.

Citando fontes da Casa Branca que não identificou, o jornal econômico The Wall Street Journal noticiou que o presidente está considerando se livrar do carro - vendê-lo ou doá-lo. Segundo a publicação, o carro ainda estava estacionado na sede da Presidência americana em Washington na noite de ontem.

O veículo em questão é um Tesla Model S Plaid, o mais potente já fabricado pela montadora. Com o equivalente 1.020 cavalos de potência e três motores elétricos independentes, o sedã vai de 0 a 100 km/h em 1,99 segundo e atinge até 322 km/h de velocidade máxima. O carro também ostenta 10 teraflops de potência computacional, o equivalente a um PlayStation 5 sob o painel.

Nos Estados Unidos, um zero-km custa US$ 90 mil (R$ 505 mil pelo câmbio de hoje). No Brasil, um usado custa o triplo: a coluna encontrou um modelo 2023, em uma revendedora de carros de luxo, em Joinville (SC), por R$ 1,5 milhão (na verdade, R$ 1,499 milhão).

Tesla S Plaid: o carro mais potente da fábrica de Elon Musk
Tesla S Plaid: o carro mais potente da fábrica de Elon Musk Imagem: Tesla / Divulgação

Segundo a revista Wired, especializada em tecnologia, o Model S já foi alvo de 37 recalls emitidos pela NHTSA (a agência americana de segurança viária). Os defeitos incluíam falhas no sistema de câmera de ré, direção assistida intermitente, maçanetas travadas, discos de freio empenados e, em um dos episódios mais ruidosos, erros graves no sistema de condução autônoma.

Durante o encontro com Musk nos jardins da Casa Branca em março, Trump elogiou o veículo como "lindo" e se encantou com a quantidade de tecnologia: "Tudo é computador!", segundo o registro do evento nos vídeos captados pela imprensa americana. Foi ali que ele anunciou a compra.

À época, a relação entre os dois ia de vento em popa. Eles se aproximaram na campanha presidencial de 2024, quando Musk apoiou financeiramente Trump e chegou a assumir um papel de destaque no recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE).

O rompimento veio em forma de barraco: Trump ameaçou cortar contratos e subsídios às empresas de Musk, que respondeu dizendo que cancelaria um programa espacial crucial. Apenas ontem, as ações da Tesla caíram 14%.

Musk usou o X para insinuar que Trump tinha envolvimento no escândalo de abuso sexual protagonizado por Jeffrey Epstein.

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O Tesla S Plaid era mais do que um carro: era um aceno político e de afinidade ideológica. Agora, virou peso morto. Pelo menos até uma eventual reconciliação.

Reportagem

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