A briga da Embraer com a Airbus por megacontrato de 100 jatos na Ásia

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A Embraer trava uma batalha com a europeia Airbus na disputa por uma encomenda de 100 jatos da AirAsia, cuja decisão será anunciada na próxima semana durante o Paris Air Show, um dos principais salões aeronáuticos do mundo.
O pedido em negociação é um dos maiores de uma única companhia aérea no segmento de aeronaves de fuselagem estreita. A escolha da AirAsia, com sede na Malásia, está entre o A220 da Airbus e o E2 da Embraer. O desfecho do negócio, além de impulsionar balanços, pode redesenhar o mapa da aviação regional na Ásia.
Embora ainda em fase final de negociação, a Bloomberg noticiou que o fator decisivo será o pacote de financiamento, citando fontes que não identificou. O presidente da AirAsia, Tony Fernandes, viajará a Paris para anunciar pessoalmente a decisão, de acordo com a agência.
Publicações especializadas afirmam que os preços do E2 começam a partir dos US$ 46 milhões em sua configuração mais básica. Já a versão de entrada do A220 custa cerca de US$ 81 milhões. No entanto, as companhias aéreas costumam negociar descontos, e o valor efetivamente pago pode ser significativamente menor com fortes reduções, dependendo do acordo e da quantidade de aeronaves encomendadas.
Todos os 240 aviões da frota da AirAsia foram fabricados pela Airbus — o que teoricamente seria uma vantagem para a fabricante europeia. Vencer esse contrato significaria para a Embraer não apenas fincar bandeira em um novo mercado, mas também conquistar um cliente-chave que há muitos anos compra exclusivamente de sua concorrente.
Já a brasileira já garantiu pedidos expressivos com a Scoot (braço da Singapore Airlines), a Virgin Australia e a japonesa ANA, mas jamais havia disputado um pedido tão simbólico — e valioso — em território tradicionalmente dominado por gigantes.
Segundo dados mais recentes, a Embraer tem 334 pedidos firmes do E2, com 175 ainda por entregar.
Já a Airbus tenta usar a encomenda como trampolim para revitalizar o programa A220, que sofre com vendas fracas e problemas logísticos. Ainda não houve nenhum novo pedido de A220 este ano.
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