Deportações derrubam consumo latino e afetam varejo dos EUA, diz jornal

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O dado está em uma reportagem do Wall Street Journal, uma das principais publicações de negócios e finanças dos EUA: as operações de deportação em massa promovidas pelo governo Trump estão provocando um efeito colateral bilionário no varejo americano.
Com medo de serem abordados por agentes do ICE (Serviço de Imigração e Controle dos EUA, na sigla em inglês), consumidores latinos —incluindo imigrantes com status legal— têm evitado shoppings, mercados e restaurantes. O impacto dessa retração é visível nos balanços de gigantes como Coca-Cola, Colgate-Palmolive, Constellation Brands e redes como Wingstop e El Pollo Loco, diz o jornal.
Trata-se de um dos segmentos mais dinâmicos da economia americana: famílias de origem latina são responsáveis por um PIB equivalente ao da Itália. A cada quatro consumidores da geração Z, um se identifica como latino
Segundo reportagem publicada hoje pelo WSJ, o volume de vendas da Coca-Cola na América do Norte caiu 3% no primeiro trimestre de 2025, em parte devido ao afastamento dos consumidores hispânicos.
O prejuízo não se limita aos refrigerantes: a cerveja Modelo, da mexicana Constellation Brands, que havia desbancado a Bud Light como a mais vendida nos EUA, viu as vendas recuarem pela primeira vez desde 2013.
"Se esse consumidor está preocupado ou tem receios, isso é um grande problema para nós", afirmou o CEO da Constellation, Bill Newlands, ao jornal. A publicação também ouviu comerciantes em diversos estados do país que relataram queda das vendas.
O temor de batidas migratórias vem acompanhado de uma crise econômica entre os latinos: perdas de emprego em setores como a construção civil, inflação e boatos nas redes sociais — como um vídeo viral que acusava a Coca-Cola de colaborar com deportações, o que gerou um boicote à marca em bairros hispânicos de Houston, no estado do Texas.
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