Graciliano Rocha

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Reportagem

O que está por trás do megadividendo da Rumo e como ele pode ajudar a Cosan

A Rumo, maior operadora ferroviária do Brasil, surpreendeu o mercado ontem à noite ao anunciar um dividendo extraordinário de R$ 1,5 bilhão, equivalente a R$ 0,81 por ação, com pagamento marcado para 25 de junho.

Embora o valor represente um dividend yield de 4,2% em uma única tacada e sinalize uma tentativa de se aproximar do investidor, o movimento chamou atenção por sair do padrão conservador da companhia em relação à distribuição de lucros.

Analistas do BTG Pactual escreveram, hoje pela manhã, que o tamanho da distribuição de lucro levantou a hipótese de que também funcione, na prática, como uma forma indireta de apoio à Cosan - controladora da Rumo - no esforço de redução do endividamento.

"Embora a distribuição sinalize resposta às críticas sobre ausência de retorno ao acionista, levanta a dúvida se não seria também um suporte à controladora Cosan em seu processo de desalavancagem", escreveram três analistas do banco de investimentos em análise distribuída aos clientes da instituição.

Na estrutura societária da Rumo, a Cosan é a principal acionista de referência, com 30,33% das ações da companhia. Rubens Ometto, o dono da Cosan, é presidente do conselho de administração da Rumo. Numa conta rápida, o anúncio do dividendo deve transferir à Cosan ao menos R$ 455 milhões nos próximos dias.

A estrutura da dívida da Cosan reflete os impactos de um ciclo de investimentos agressivo nos últimos anos, como a entrada na Vale. A venda da posição de 4,05% na Vale em janeiro ajudou a reduzir a dívida bruta da Cosan de R$ 27,8 bilhões no quarto trimestre de 2024 para R$ 21,7 bilhões no primeiro trimestre deste ano - uma redução de R$ 6 bilhões.

A companhia ferroviária opera mais de 13 mil km de trilhos em regiões-chave para o agronegócio e é uma das maiores exportadoras de grãos do país.

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