Dividendos da Petrobras põem R$ 1,8 bilhão no caixa do governo federal

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A Petrobras anunciou o pagamento hoje de nova parcela de dividendos referente ao exercício de 2024, no valor bruto de R$ 0,37629728 por ação ordinária e preferencial. O montante, que já inclui correção pela Selic desde 31 de dezembro, representa uma injeção de R$ 1,8 bilhão nos cofres da União, maior beneficiária individual da distribuição.
Segundo dados atualizados de composição acionária, o grupo controlador, que é o governo federal, detém 4,78 bilhões de ações da Petrobras, o equivalente a 37,06% do capital total da companhia (mas 50,03% do capital votante). Desse total, a União responde diretamente por 3,74 bilhões de ações (29,02%), enquanto o BNDESPar possui 900 milhões (6,98%) e o BNDES, outros 135 milhões (1,05%).
Quanto vai para o governo
Com base no valor anunciado por ação, os dividendos brutos pagos ao grupo controlador somam aproximadamente:
- União (diretamente): R$ 1.4 bilhão
- BNDESPar: R$ 339 milhões
- BNDES: R$ 51 milhões
Rombo nas contas públicas
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo negocia com estatais, incluindo a Petrobras, a distribuição de dividendos como forma de alcançar a meta fiscal. A declaração foi bem recebida por investidores da empresa.
O governo federal estuda um pacote que pode levantar até R$ 35 bilhões do setor de óleo e gás, incluindo a revisão de preços de referência, o que torna a estatal peça-chave no esforço fiscal.
Embora o valor pago nesta parcela seja "modesto" frente aos megadividendos de exercícios anteriores, ele serve como termômetro da disposição da nova gestão da Petrobras em conciliar os interesses do Tesouro com as demandas por investimento e estabilidade financeira da empresa.
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