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João Branco

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Aprenda com o brasileiro que se empolga na última hora com as Olimpíadas

Colunista do UOL

28/07/2021 04h00

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Covid-19, quarentena "infinita", 550 mil mortos no Brasil, CPI da vacina. Dólar a R$ 5,50, preço da comida voando mais alto que o Jeff Bezos, desemprego recorde.

Entre tantas coisas difíceis do nosso dia a dia, as Olimpíadas quase passaram despercebidas. Com disputas durante a madrugada, arquibancadas vazias e baixa empolgação sobre o assunto, a gente nem sabia direito quando era a data de abertura dos jogos. Mas, de repente, acordamos com a notícia de que a Marta fez gols, a comitiva brasileira entrou de Havaianas, ganhamos medalhas no judô, skate, natação e surfe.

Descobrimos que o Brasil tem uma nova fila de heróis, puxada por Kelvin Hoefler, Daniel Cargnin, Fernando Scheffer, Rayssa Leal e Ítalo Ferreira. Digo heróis, não apenas porque eles ganharam competições de altíssimo nível, mas porque nos salvaram, por alguns minutos, de sermos engolidos pelas más notícias.

Estávamos tão carentes de histórias inspiradoras que saímos correndo para comemorar com eles. E dá-lhe gente desempoeirando vuvuzela, batendo no peito e se emocionando com os "brazucas" competidores. Muitos deles estamos conhecendo agora. Mas a gente fala como se fossem nossos amigos de infância. Gente da gente, que está lá no pódio colocando um sorriso no nosso rosto.

Fico com a sensação de que é para isso mesmo que servem os Jogos Olímpicos: inspirar, animar, emocionar, impulsionar. Mas esse evento esportivo vem sofrendo nos últimos anos. Veja uma comparação do nível mundial de interesse nas buscas do Google sobre grandes acontecimentos esportivos desde 2004:

grafico - Google Trends - Google Trends
Imagem: Google Trends

No Brasil a coisa é parecida. O evento dos anéis coloridos está se distanciando da nossa vida e da nossa realidade. A causa pode estar nas modalidades e no formato, mas, durante esses dias, uma coisa fica clara: existe muito espaço para quem consegue entreter, empolgar, despertar o melhor em nós.

Como a sua marca, o seu comércio, o seu serviço, a sua rede social podem tirar proveito disso?

As Olimpíadas vão acabar rapidinho e o tsunami de coisas chatas vai voltar.

O que os nossos clientes estão nos contando nesse momento, é que eles vão nos recompensar se colocarmos um sorriso no seu rosto.

Coloque uma pitada de "fadinha" na comunicação da sua marca ou empresa. Fazer o coração dos clientes bater diferente é o que pode trazer o ouro no seu mercado.

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Imagem: Felipe Tomazelli