Itaú vê consignado privado como positivo, mas de risco mais elevado
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Uma percepção de risco mais elevado para o consignado privado tem levado a uma cautela por parte do Itaú na concessão dessa nova modalidade de crédito — que em menos de dois meses alcançou uma carteira de R$ 10 bilhões, com uma presença expressiva dos bancos públicos.
"A gente está positivo, mas cuidadoso. A iniciativa é fantástica e a gente vê com ótimos olhos. Mas temos visto um apetite inicial maior do que o nosso por parte de alguns players. E aí é o apetite e decisão de risco de cada um", disse o CEO do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, em conversa com jornalistas para divulgação dos resultados do primeiro trimestre. Ele disse acreditar que as novas regras da modalidade de crédito consignado privado terão um papel importante "no mercado e na geração de PIB, estimulando o consumo no tempo".
O banco registrou um lucro recorde de R$ 11,1 bilhões no primeiro trimestre, um crescimento de 14% na comparação anual, e de 2% sobre o trimestre anterior.
"Acho que vai ter uma mudança importante na capacidade de ofertar crédito, em preços possivelmente mais competitivos que o crédito pessoal, dependendo naturalmente do risco onde esse empregado e essa empresa estão inseridos", disse Maluhy.
O Itaú tem hoje uma carteira de R$ 12 bilhões no consignado privado pelas regras antigas — em que a concessão se dava por meio de convênios com grandes empresas. O valor equivale a 30% de participação no total da carteira de consignado privado antigo. Segundo Maluhy, o banco terá "uma fatia justa" do mercado pelas novas regras, mas entende que, nesta primeira etapa, os clientes que tomaram crédito não são o perfil típico de correntistas do banco.
"O que teve de novo é que agora os bancos podem operar através dos seus aplicativos, então isso começa a mudar também o volume a ser desembolsado no mercado. E a gente quer ter a participação que a gente acredita e atuar no mercado que a gente acredita. A gente tem visto que uma boa parte do que foi subscrito nos últimos meses são populações com muito mais risco e empresas de menor capacidade de pagamento", afirmou.
Ele lembrou ainda que foi sugestão dos bancos a implementação de um processo de transição para evitar que o novo crédito fosse concedido para quem já tem um crédito pessoal, para evitar o superendividamento.
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