Mariana Barbosa

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Reportagem

Azul muda o tom em relação a um eventual pedido de recuperação judicial

Depois de quase um ano negando enfaticamente rumores de que estaria avaliando a possibilidade de um pedido de recuperação judicial nos EUA, o chamado Chapter 11 da lei americana, a Azul agora mudou o posicionamento.

Após a agência Bloomberg publicar que o recurso da recuperação judicial não está descartado, a companhia divulgou uma nota hoje em que diz estar "engajada em um diálogo produtivo com seus investidores desde 2024 para identificar caminhos que garantam a sustentabilidade da companhia hoje e para o futuro."

No ano passado, o CEO John Rodgerson respondeu a uma outra reportagem também da Bloomberg que falava na possibilidade de Chapter 11 afirmando que "Chapter 11 não é nosso plano, nunca foi'.

Na divulgação de resultados do primeiro trimestre na quarta-feira, Rodgerson disse que mantém negociações amigáveis com credores, mas foi logo dizendo que estava ali "para falar dos resultados".

Na nota de hoje a Azul finaliza dizendo estar "constantemente avaliando oportunidades para melhorar a liquidez e sua estrutura de capital, sem nunca deixar de honrar seus compromissos e a qualidade dos seus serviços e atendimento aos Clientes, respeitando sempre toda legislação vigente". Não há uma negativa explícita aos rumores.

A Azul vinha resistindo a uma recuperação judicial desde a pandemia por temor de diluição da participação dos acionistas. Além das tratativas com credores e rodadas de conversões de dívida em participação acionária, a Azul passou a apostar em uma fusão com a Gol para se recuperar.

A empresa é a única das três a não se apoiar na Justiça para negociar com credores. A Latam entrou ainda na pandemia e saiu com custos mais baixos do que a concorrência, o que permitiu ser mais agressiva na retomada do mercado. A Gol entrou no início de 2024 e já vê uma saída para junho.

Uma eventual entrada da Azul no Chapter 11 deixa ainda mais distante os planos de uma fusão com a Gol — que dependia de uma série de condicionantes, inclusive a saída da Gol do Chapter 11.

As ações da companhia caíram quase 90% nos últimos 12 meses.

Reportagem

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