Mariana Barbosa

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Reportagem

Brasileiras ficam 'retidas' no Oriente Médio e África com bloqueio aéreo

As empresas aéreas do Oriente Médio estão cancelando voos e desviando rotas para escapar do conflito na região. O ataque com mísseis do Irã à base militar dos Estados Unidos no Qatar levou ao fechamento do espaço aéreo no país. E, segundo relatos, os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein também fecharam seus espaços aéreos. Voos sobre a região estavam sendo desviados para a Arábia Saudita, que segue com o espaço aéreo aberto.

A brasileira Juliana Simão está em Doha, no Qatar, e teve um voo para Abu Dabi, nos Emirados Árabes, cancelado. Ela recebeu uma mensagem no celular para que não se dirigisse ao aeroporto de Hamad, dado que todos os voos de e para o país foram cancelados. A mensagem enviada pela administração do aeroporto de Doha fala em "suspensão temporária" dos voos.

"Não sei quando vou conseguir voltar para casa", diz Juliana. "A única saída é por terra para a Arábia Saudita, mas eles demandam visto e o processo é demorado."

As empresas aéreas do Oriente Médio ganharam força nas últimas duas décadas, impulsionadas por incentivos estatais e petróleo abundante. Hoje, elas transportam 9,4% dos passageiros em todo o mundo — e 13,6% da carga aérea transportada globalmente. O cancelamento dos voos da Qatar Airways, Emirates e outras grandes empresas da região pode ter efeitos em diversas região do planeta, dado que a região se transformou em um dos principais hubs de conexão entre o Ocidente e o Oriente.

As irmãs Andréa D'Essen Walker e Caroline Godoy D'Essen estão em Moçambique, na África, e pretendiam voltar para a Europa na quarta-feira (25) com a Qatar Airways, fazendo escala na capital do Qatar, Doha. "Não recebemos nenhuma informação do aeroporto nem da companhia aérea. Mas estamos aflitas, comprando passagem para voltar por Portugal com a TAP", diz Andréa. Mesmo que o espaço aéreo volte a abrir nos próximos dias, elas dizem que preferem evitar a região.

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