Mariana Barbosa

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Reportagem

Veja a lista dos maiores ataques cibernéticos ao sistema financeiro do país

O ataque cibernético à empresa de software C&M, provedora de tecnologia de integração com o Banco Central, e que afetou as contas reserva da BMP e outras cinco instituições financeiras foi o maior já enfrentado pelo sistema financeiro nacional. Um levantamento feito por uma empresa de cibersegurança a pedido do UOL mostra quais foram os maiores ataques à bancos e instituições financeiras do país.

1. C&M Software (Pix) - junho 2025

Instituições afetadas: C&M Software (provedora de tecnologia de integração com o Banco Central), BMP e outras cinco instituições

Valor desviado: entre R$ 400 milhões e R$ 3 bilhões

Técnica: Comprometimento de fornecedor (supply chain) com uso indevido de credenciais de instituições financeiras para acessar e movimentar contas de reserva no Banco Central via Pix. Valores eram retirados da conta reserva das instituições.


2. Operação "DeGenerative AI" - 2024

Instituições afetadas: Diversos bancos brasileiros

Valor desviado: Cerca de R$ 110 milhões movimentados

Técnica: Uso de deepfake com inteligência artificial para fraudar validações faciais e habilitar dispositivos bancários em nome de correntistas reais. Grupo utilizava inteligência artificial para contornar autenticações e acessar contas reais, lavando os recursos via laranjas.

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3. Invasão ao Banco do Brasil (redes internas) - 2023 - 2024

Instituição afetada: Banco do Brasil

Valor desviado: Aproximadamente R$ 40 milhões

Técnica: Comprometimento físico e lógico — com instalação de dispositivos clandestinos em cabos de dados, acesso a tráfego sensível, e aliciamento de funcionários terceirizados para obtenção de credenciais.

Desfecho: A quadrilha foi desmantelada após auditoria e ação da Polícia Federal.

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Instituições afetadas: Clientes de bancos na América Latina e Europa

Valor desviado: Estimado em US$ 3,5 milhões (R$ 20 milhões)

Técnica: Trojan bancário (Grandoreiro) distribuído por phishing, capaz de capturar tela, senhas e movimentar contas remotamente

Desfecho: Descobriu-se uma quadrilha que oferecia serviços de phishing para terceiros, ou malware-as-a-service, com prisões no Brasil em ação conjunta com a Interpol.

Instituição afetada: SIAFI (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal)

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Valor desviado: R$ 14 milhões, dos quais apenas cerca de R$ 2 milhões foram recuperados

Técnica: Phishing com roubo de credenciais e uso de certificados digitais falsos para autorizar pagamentos indevidos a contas de laranjas.

Desfecho: O ataque expôs falhas em autenticação e levou o governo a adotar autenticação multifator (MFA) e revisões de segurança no sistema.

6. Bizarro (Trojan Bancário) - 2021-presente

Instituições afetadas: Clientes de cerca de 70 bancos (no Brasil, América Latina e Europa)

Valor desviado: Não divulgado publicamente, mas o grupo de hackers Bizarro (parte do cluster "Tetrade") está ativo desde 2021 com objetivo claro de esvaziar contas

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Técnica: Trojan bancário via spam que captura credenciais e simula páginas falsas para roubo de fundos; também monitora carteiras de Bitcoin. Grupo com ampla atuação internacional, com recrutamento de "mulas" para saque e movimentação do dinheiro roubado.

7. Ransomware LockBit - 2022

Instituição afetada: BRB (Banco de Brasília)

Valor do pedido de resgate: 50 bitcoins (R$ 5,2 milhões na época) para não vazarem dados confidenciais acessados durante a invasão. O banco não confirmou se pagou o resgate.

Técnica: Foi utilizado o ransomware LockBit, uma das ferramentas mais populares para extorsão em crimes cibernéticos. O grupo adquiriu o software de outros hackers que alugam o Lockbit ("ransomware as a service").

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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