Para sindicato, C&M Software não cumpre convenção da categoria
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A C&M Software, empresa de tecnologia financeira que foi a porta de entrada para o maior roubo cibernético no sistema financeiro no país, acumula queixas por não cumprir convenções trabalhistas relativas a banco de horas e participação nos lucros e resultados.
Nesta manhã, um analista de dados que trabalhava na C&M há 3 anos, João Nazareno Roque, foi preso sob suspeita de dar acesso a criminosos a plataforma da C&M Software, abrindo caminho ao maior roubo cibernético a banco no Brasil. Roque era registrado com salário de R$ 3.003,27. O valor está acima do piso da categoria.
Mas, segundo Antonio Neto, presidente do Sindpd-SP (Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação de São Paulo), a empresa não cumpre a convenção coletiva da categoria. Esta não obriga a empresa a distribuir lucro entre funcionários, mas estabelece que haja a abertura de negociação sobre programas de Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
Ainda de acordo com o sindicato, a empresa também estaria descumprindo cláusulas relativas ao banco de horas e adota práticas 'antissindicais'.
Procurada, a empresa informou que os benefícios oferecidos não dão margem para reclamação. "Em termos de benefícios, planos de remuneração e bônus e piso salarial, dificilmente você vai encontrar alguém para reclamar, basta olhar as ações na justiça do trabalho nos últimos 10 anos", informou a empresa.
A empresa tem apenas 11 processos trabalhistas em tramitação. Eles tratam de pedidos de PLR, adicional de insalubridade, assédio moral, atrasos no pagamento das verbas rescisórias, multa de 40% pela demissão sem justa causa, entre outros temas.
No Glassdoor, plataforma de avaliação anônima sobre o ambiente de trabalho das empresas, a C&M tem 54 avaliações: boa parte das queixas apresentadas tratam de ambiente de trabalho pouco profissional e interferência de membros da família na gestão.
Relatos mais antigos, datados de 2014 e 2018, trazem ainda queixas sobre ferramentas e softwares desatualizados.
Na madrugada de domingo para segunda, criminosos invadiram o sistema da C&M para acessar contas reservas de clientes e desviaram recursos estimados em mais de R$ 1 bilhão.
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