Exclusivo: Somente 33% da área plantada de soja tem conectividade no Brasil

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A conectividade é um assunto recorrente no agronegócio e ganha relevância a cada ano que passa. Um segmento significativo para o setor, à medida que máquinas e implementos agrícolas necessitam de acesso à internet, para que os softwares conversem com o maquinário em campo e gerem dados para análise em tempo real.
Embora a conectividade avance no país, os passos ainda são lentos quando analisados de forma nacional. Cerca de 33,11% da área plantada com soja possui conectividade 4G/5G no país, de acordo com estudo desenvolvido em parceria entre a associação ConectarAgro e a UFV (Universidade Federal de Viçosa).
A entidade é composta por companhias como TIM, CNH Industrial, Massey Fergusson, Solinftec, entre outras, que trabalham em conjunto para mapear e avançar com a conectividade nas áreas produtivas.
Ao UOL, Paola Campiello, presidente do ConectarAgro, fala do estudo com exclusividade e destaca a desigualdade significativa na conectividade digital entre as áreas de sojicultura distribuídas pelo país. Em linhas gerais, de um total de cerca de 38,43 milhões de hectares plantados na safra 22/23, apenas 12,73 milhões estão cobertos por rede móvel 4G ou 5G.
"No Mato Grosso, maior produtor de soja do país, são 18,15% de cobertura na área plantada. Os grandes produtores têm acesso à internet, por entenderem que isto é um investimento na gestão, mas é preciso pensar nos pequenos e médios produtores", ela diz.
O estudo aponta que há uma concentração maior de conectividade nas regiões Sul e Sudeste, onde municípios, em alguns casos, alcançam 100% de conectividade, enquanto outras regiões, como o Centro-Oeste, Norte e Matopiba - acrônimo para Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia - enfrentam índices muito inferiores.
A presidente do ConectarAgro comenta a necessidade de investimentos em infraestrutura digital no meio rural. A ampliação do acesso à internet móvel é essencial tanto para a modernização dos produtores, quanto para reduzir desigualdades regionais. Para isso, ela defende parcerias entre o setor privado e o governo para formular políticas públicas.
"Nós estamos em contato com a Anatel, com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e buscando agendas em Brasília para destravar o Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações)", afirma Paola.
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