Direto de Rondônia, um relato sobre a segunda safra de milho
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Hoje, trago notícias diretamente de Rondônia. Eu falo do município de Cacoal, após percorrer cerca de 470 km desde Porto Velho. No caminho, muita lavoura de milho dando os sinais da colheita da segunda safra. Pela BR-364, sem nenhum pedágio pela rodovia, pouco depois do município de Jaru, a paisagem vai ficando mais verde. Sinal de que a preservação da floresta não deu espaço para os grãos — ainda.
Segundo os números da Conab, Rondônia é o maior estado produtor de milho da região Norte do país. As colheitas por aqui começaram timidamente há cerca de duas semanas e agora estão ganhando velocidade. Ao longo da estrada, com radares e buracos na mesma proporção, é possível ver alguns talhões colhidos, mas a maior parte ainda no ponto de colheita.
Com a expansão da soja pelo estado, assim como acontece em outros estados da região Norte, começam a surgir na paisagem a construção de estruturas de armazenagem, como os silos. Mais grãos, mais lugar para guardá-los. Entre colher e estocá-los, uma etapa importante: a secagem deste milho.
De fato, ao longo da BR-364, consigo reparar que alguns talhões estão com aspecto bem seco. É que diante do cenário de altos custos, uma das estratégias dos produtores é deixar o milho secar a campo aberto, em vez de encaminhar os grãos para os secadores. Quem relatou a estratégia foi Jonas Friburgo, produtor que almoçava com a família em um restaurante na cidade de Alto Paraíso.
Economizar na etapa de secagem é uma alternativa em momento de baixas cotações do milho na Bolsa de Chicago, com o preço do bushel para julho a menos de US$ 10,50.
Neste contexto, vale observar o ritmo de importações do Irã, maior importador da commodity brasileira, e ainda o apetite do setor do etanol de milho para tentar surfar na alta do petróleo, devido ao conflito no Oriente Médio.
Enquanto tudo isso acontece no ambiente doméstico e internacional, em Rondônia, foi a chuva bem distribuída que contribuiu para as boas expectativas de produção. Agora, é esperar até agosto, quando a colheita deve terminar, e então contabilizar o volume da colheita e calcular a rentabilidade.
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