O que empresas exportadoras brasileiras terão que fazer após 'tarifaço'
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As exportadoras brasileiras estão debruçadas sobre as novas tarifas impostas pelo governo Trump e terão que promover mudanças em seus negócios. Os setores que devem ser mais impactados com as tarifas anunciadas nesta quarta-feira são:
- Agronegócio: café, suco de laranja, carne bovina e frango
- Indústria: papel e celulose, calçados e máquinas
- Produtos: cosméticos, alimentos processados e têxteis
Um relatório elaborado pelo escritório Monteiro & Weiss Trade, especializado em comércio internacional, além de enumerar os setores potencialmente mais atingidos, também elencou o que os exportadores devem fazer a partir de agora para navegar pelas novas regras com o menor impacto possível.
As orientações são:
- Revisar contratos de exportação com cláusulas de reajuste e entrega
- Consultar assessorias aduaneiras e jurídicas para reavaliar a classificação fiscal de produtos e valoração aduaneira
- Buscar apoio e entendimentos junto a entidades setoriais no Brasil e nos EUA
- Diversificar mercados: intensificar prospecção para América Latina, Europa e Oriente Médio
- Acompanhar de perto o desembaraço das mercadorias a partir da vigência das medidas, especialmente nos primeiros envios, pois a implementação das medidas será de competência da US Customs and Border Protection
- Redobrar a atenção aos requisitos de origem, critérios para obtenção de certificados de origem, valoração aduaneira e classificação fiscal das mercadorias visto que a aplicação das tarifas será diferenciada conforme o país exportador
- Acompanhamento de medidas a serem implementadas por outros países, que incluem a possibilidade de retaliação ou alteração de medidas tarifárias e não tarifárias visando a modificação das tarifas específicas
Como podemos resumir a decisão de Trump para o Brasil?
O governo Trump decidiu implementar uma tarifa de 10% sobre todas as importações, com exceção de produtos já sujeitos a tarifas anteriores, como aço, alumínio, veículos e peças automotivas.
Quais serão os impactos diretos?
Os produtos brasileiros agora tarifados ficarão menos competitivos no mercado norte-americano. Com o custo maior de entrada nos EUA, os volumes de exportação podem cair, pode haver cancelamento de contratos e renegociações de preços.
Quais serão os impactos indiretos?
Os impactos indiretos ainda são difíceis de medir. A tendência é de inflação global pela desorganização das cadeias. Para a China, o mais provável é de menor demanda por produtos do mundo todo, o que para o Brasil significa menos exportação de Brasil para a China e menos crescimento.
No sentido contrário, da China para o Brasil, se os chineses reorientarem os bens que hoje exportam para os EUA para o Brasil, podemos ter acomodação da inflação no Brasil e uma oportunidade para o Banco Central cortar juros. Mas esse é apenas um dos cenários possíveis.
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