Opinião

Queremos menos endividados, mas o que ensinamos sobre dinheiro?

Quando uma nova notícia sobre golpes financeiros aparece, é quase automático ver alguém perguntando: "mas como ainda tem gente caindo nisso?". Ou quando olhamos o número de pessoas endividadas no Brasil, vem o espanto: "como deixaram a situação chegar nesse ponto?".

A verdade é que muita gente chega à vida adulta sem nunca ter aprendido o básico sobre finanças. Não é só não saber fazer conta. É não saber planejar, não entender como funcionam os juros, não saber dizer "não" para o consumo por impulso, não saber identificar nossos gatilhos emocionais. E como culpar alguém por isso se o assunto dinheiro raramente fez parte da escola?

É por isso que a discussão que está acontecendo na Câmara dos Deputados agora é tão importante. O projeto de lei propõe incluir educação financeira como disciplina obrigatória no ensino fundamental e médio. Ou seja: falar sobre dinheiro com os adolescentes — na fase em que eles já lidam com consumo, redes sociais, decisões — e precisam mais do que nunca de orientação.

Ensinar educação financeira na escola não é formar pequenos investidores. É dar ferramentas para que os jovens tenham mais clareza nas escolhas, saibam se planejar e evitem armadilhas que, lá na frente, podem custar caro. Isso tem a ver com autonomia. Com a liberdade de tomar decisões mais conscientes, sem depender sempre de alguém ou viver apagando incêndio.

Além disso, quando a gente fala de educação financeira, também está falando de ética, de sustentabilidade, de valores. De entender que o consumo tem impacto — no orçamento, no meio ambiente, na sociedade. É, no fundo, ensinar sobre cidadania.

Se a gente quer uma geração menos endividada, menos vulnerável e com mais equilíbrio na vida, talvez o caminho comece bem antes do primeiro boleto: começa na sala de aula.

Opinião

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