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Reportagem

Mercado: Inflação nos EUA e aqui Haddad participa de audiência na Câmara

Bom dia, investidor,

Veja os destaques desta quarta (11):

  • Inflação de maio nos EUA deve calibrar apostas sobre juros
  • Haddad apresenta novas medidas fiscais e tenta evitar alta do IOF
  • Trégua entre EUA e China reaquece diálogo comercial

Inflação de maio nos EUA deve calibrar apostas sobre juros

  • O índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos referente a maio será divulgado hoje, às 9h30 (horário de Brasília), e pode ser decisivo para o rumo da política monetária americana. Analistas projetam alta de 0,2% na comparação com abril e avanço de 2,5% no acumulado de 12 meses. Já o núcleo da inflação (que exclui alimentos e energia) deve subir 0,3%, no maior aumento mensal desde janeiro.
  • Em abril, o CPI havia subido 0,2%, com inflação anual de 2,3%, o menor patamar desde fevereiro de 2021. A desaceleração anterior foi vista como sinal positivo, mas as novas projeções indicam uma leve aceleração, em meio a efeitos de tarifas de importação implementadas pelo governo Donald Trump, que agora afetam diversos produtos além dos combustíveis.
  • O Fed (Federal Reserve) mantém os juros entre 4,25% e 4,50% desde o início do ano, após interromper um ciclo de cortes iniciado em 2024. A autoridade monetária tem reiterado que só voltará a reduzir os juros se observar quedas consistentes na inflação por vários meses consecutivos. Assim, um dado mais pressionado hoje pode esfriar apostas em cortes já no segundo semestre. A próxima reunião do Fed acontece na semana que vem.

Haddad apresenta novas medidas fiscais e tenta evitar alta do IOF

  • O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa nesta quarta de uma audiência conjunta nas comissões de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados. Na pauta está a apresentação de um novo pacote de medidas fiscais que visa substituir o polêmico aumento do IOF, anunciado em maio e alvo de forte resistência no Congresso e entre setores da economia.
  • O pacote inicial previa a elevação do IOF sobre operações de crédito, câmbio, previdência privada e grandes investidores, com previsão de arrecadar até R$ 61 bilhões em dois anos. Agora, o governo trabalha com alternativas menos impopulares, como a tributação de 5% sobre aplicações hoje isentas de Imposto de Renda, como LCI e LCA, e a unificação da alíquota de 17,5% para investimentos em geral, incluindo criptomoedas. Atualmente, a tributação é regressiva, entre 15% e 22,5%, conforme o prazo de aplicação.
  • Haddad também confirmou o aumento da alíquota sobre JCP (Juros sobre Capital Próprio) de 15% para 20%, proposta pelos próprios parlamentares, e o avanço na tributação das apostas online (as chamadas "bets") que passaria de 12% para 18%. Além disso, a CSLL das fintechs pode subir de 9% para 15%.
  • As mudanças fazem parte do esforço do governo para cumprir as metas fiscais em 2025 e 2026, sem aumentar diretamente a carga sobre o consumo ou as empresas produtivas.

Trégua entre EUA e China reaquece diálogo comercial

  • Em um passo importante para reduzir as tensões comerciais, representantes dos Estados Unidos e da China anunciaram um acordo preliminar para aliviar as restrições sobre exportações chinesas de terras raras, minerais estratégicos para indústrias de alta tecnologia e defesa.
  • O entendimento foi alcançado após dois dias de negociações em Londres, e será apresentado aos presidentes Donald Trump e Xi Jinping para avaliação final.
  • O pacto busca restaurar a trégua comercial firmada em Genebra no mês passado, mas que havia fracassado após a manutenção das restrições chinesas sobre esses minerais. A resposta dos EUA incluiu novos controles sobre exportações de software, semicondutores e aeronaves, o que elevou a tensão entre as duas maiores economias do mundo.
  • Apesar da sinalização positiva, os termos do acordo ainda não foram divulgados, e especialistas alertam que as divergências estruturais entre Washington e Pequim seguem como obstáculos de longo prazo.
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Veja o fechamento de dólar e Bolsa na terça (10):

  • Dólar: 0,14%, a R$ 5,57.
  • B3 (Ibovespa): 0,54%, aos 136.436,06 pontos.

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