Mercado de olho no Copom enquanto Congresso mira o IOF; os destaques do dia

Bom dia, investidor,
Confira os destaques desta terça-feira, 17 de junho:
- Congresso aprova urgência para barrar novo IOF
- CPMI do INSS pode ser instalada hoje
- Copom inicia reunião com mercado dividido sobre os juros
- EUA divulgam dados de varejo e indústria
- BoJ mantém juros e avisa: estímulos vão durar mais
Congresso aprova urgência para barrar novo IOF
- A Câmara dos Deputados aprovou na noite de ontem (16) o regime de urgência para votar o projeto que revoga o decreto presidencial que muda a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
- A votação contou com 346 votos a favor e 97 contra, sinalizando uma articulação robusta do Congresso para impor limites ao plano de ajuste fiscal do governo.
- A urgência permite que o projeto vá direto ao plenário, sem passar pelas comissões, acelerando a tramitação. Essa ofensiva legislativa ocorre em meio a um cenário de tensão entre o governo Lula (PT) e o Congresso, agravado pela edição da Medida Provisória que amplia impostos e pelo atraso no pagamento de emendas parlamentares.
- O movimento amplia a incerteza sobre a capacidade do governo de sustentar sua política fiscal no segundo semestre.
CPMI do INSS pode ser instalada hoje
- A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS deve ser oficialmente instalada hoje, em sessão prevista para ocorrer no Congresso. A comissão vai investigar um esquema bilionário de fraudes envolvendo descontos não autorizados em aposentadorias e pensões pagos pelo INSS, que teriam se intensificado desde 2019.
- O foco está na atuação de entidades que inseriram cobranças indevidas diretamente nas folhas de pagamento dos beneficiários, sem consentimento. O caso afeta milhões de aposentados e pensionistas e tem alto potencial de desgaste político, atingindo tanto a atual quanto a antiga gestão do órgão. A CPMI pode gerar novas pressões por mudanças na governança do sistema previdenciário.
Copom inicia reunião com mercado dividido sobre os juros
- O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central começou nesta terça a sua reunião de dois dias para definir a nova taxa básica de juros. Com a Selic atualmente em 14,75% ao ano -- o maior nível desde 2006 --, o mercado está dividido entre manutenção e uma nova alta de 0,25 ponto, que levaria a taxa a 15%.
- Segundo o Boletim Focus desta semana, 56% das instituições projetam estabilidade, enquanto 44% apostam em elevação. O ambiente é de cautela, após uma sequência de dados inflacionários acima do esperado e receios de contaminação fiscal. A decisão será anunciada amanhã, após o fechamento dos mercados, e deve trazer também um novo balanço de riscos no comunicado, essencial para calibrar as expectativas até agosto.
EUA divulgam dados de varejo e indústria
- Nos Estados Unidos, serão divulgados hoje os dados de vendas no varejo de maio, com expectativa de queda de 0,7%. A retração reflete a desaceleração do consumo após picos nos meses anteriores, influenciados por compras antecipadas motivadas por temores inflacionários e tarifários, especialmente no setor automotivo.
- Já a produção industrial deve mostrar uma alta tímida de 0,1%, dando sinais de estabilidade após quedas recentes. O setor ainda enfrenta gargalos logísticos e demanda moderada. Esses dados são relevantes para calibrar as expectativas sobre a trajetória da economia americana e as próximas decisões de política monetária do Federal Reserve.
BoJ mantém juros e avisa: estímulos vão durar mais
- O Banco do Japão (BoJ) decidiu manter sua taxa básica de juros em 0,5% ao ano, nível mais alto desde 2007, adotado em janeiro. Em sua reunião encerrada nesta terça, o banco também anunciou que vai desacelerar o ritmo de redução nas compras de títulos a partir de abril de 2026 -- um sinal de que a normalização da política monetária será mais lenta do que o inicialmente previsto.
- O presidente Kazuo Ueda reforçou que o BoJ poderá elevar os juros caso a inflação subjacente acelere de forma sustentável. Mas, por ora, o cenário de incerteza global e crescimento fraco exige prudência. A decisão reforça a postura de estímulo prolongado em meio às tentativas de estabilizar a terceira maior economia do mundo.
Veja o fechamento de dólar e Bolsa na segunda (16):
- Dólar: -1,03%, a R$ 5,486.
- B3 (Ibovespa): 1,49%, aos 139.255,91 pontos.
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