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Ataque dos EUA ao Irã tem impacto limitado no mercado; veja mais destaques

Bom dia, investidor,

Confira os destaques desta segunda (23):

  • Ataque dos EUA ao Irã deixa mercados em alerta, mas ainda não causa grandes impactos
  • Parlamento do Irã vota por fechar Estreito de Ormuz
  • EUA divulgam indicadores da indústria, comércio e mercado imobiliário

Ataque dos EUA ao Irã deixa mercados em alerta, mas causa impactos moderados

  • O ataque dos Estados Unidos a três instalações nucleares iranianas, realizado no sábado (21) por ordem do presidente Donald Trump, aumentou a tensão no Oriente Médio e deixou os mercados globais em alerta.
  • Apesar da gravidade do episódio, a reação inicial dos mercados foi mais contida do que se previa. O petróleo Brent chegou a subir até 5,7% na abertura dos mercados asiáticos, atingindo US$ 81,40, mas devolveu parte dos ganhos ao longo do dia, sendo negociado na faixa de US$ 77-78 por barril.
  • Analistas do Morgan Stanley e de outras instituições destacam que choques geopolíticos desse tipo costumam gerar volatilidade passageira, a menos que haja uma ruptura significativa na oferta global de petróleo, como o fechamento do Estreito de Ormuz pelo Irã - o que foi aprovado pelo Parlamento iraniano mas ainda não foi realizado - ou uma disparada do Brent acima de US$ 120.
  • O maior risco segue sendo a possibilidade de interrupção no fluxo de energia pelo Estreito, responsável por 20% a 30% do petróleo transportado globalmente, além de gás natural liquefeito do Qatar e dos Emirados Árabes.
  • Caso o Irã cumpra a ameaça de bloqueio, o impacto pode ser imediato na logística energética mundial, pressionando ainda mais os preços e aumentando o risco de inflação global.
  • A busca por ativos de segurança, como dólar e Treasuries, aumentou, mas sem sinais de pânico.
  • As bolsas asiáticas oscilaram entre pequenas altas e baixas, enquanto o S&P 500 acumula queda de cerca de 3% desde o pico histórico em fevereiro, movimento considerado moderado frente ao potencial de crise.

Parlamento do Irã vota por fechar Estreito de Ormuz, mas decisão não é definitiva

  • Em resposta ao ataque, o Parlamento iraniano aprovou ontem (22) uma proposta para fechar o Estreito de Ormuz, rota estratégica entre o Irã e Omã, por onde escoa até 30% do petróleo mundial. O bloqueio, se confirmado, pode elevar o preço do barril para a faixa de US$ 120 a US$ 130 e afetar o transporte de plásticos, fertilizantes, produtos químicos, automóveis, maquinários e eletrônicos, pressionando cadeias produtivas globais.
  • No entanto, a medida ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã e pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, para entrar em vigor. A expectativa é de que o Irã use a ameaça como instrumento de pressão diplomática antes de tomar uma atitude mais drástica.
  • O Irã classificou o ataque como uma "grave violação da Carta da ONU", convocou reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU e declarou que cidadãos e militares americanos na região se tornaram "alvos legítimos". Israel elogiou a ação americana, afirmando que ela "mudará a história". Até o momento, aliados do Irã como China e Rússia limitaram-se à retórica, sem apoio militar efetivo.

EUA divulgam indicadores da indústria, comércio e mercado imobiliário

Nesta segunda-feira, os EUA divulgam dados importantes para o acompanhamento da economia:

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  • PMI (Índice de Gerentes de Compras) da indústria e dos serviços: Os índices referentes a junho serão divulgados a partir das 10h45. O PMI de serviços, por exemplo, vinha mostrando sinais de desaceleração, com o dado de maio em 53,7 pontos, após uma revisão para baixo em abril (50,8 pontos), refletindo incertezas econômicas e pressões de custos. O PMI abaixo de 50 indica contração, acima de 50, expansão.
  • Vendas de moradias usadas: Às 11h, saem os números de maio. Em abril, as vendas caíram 0,5%, para uma taxa anualizada de 4 milhões de unidades, o nível mais baixo para o mês desde 2009, mesmo com aumento da oferta e queda temporária nas taxas de hipoteca. O mercado imobiliário americano segue pressionado por juros altos, aumento do estoque de imóveis e incerteza econômica, com construtoras oferecendo descontos e incentivos para atrair compradores. O índice de confiança dos construtores (NAHB) também caiu, refletindo o ambiente desafiador.

Esses indicadores são acompanhados de perto porque sinalizam o ritmo da atividade econômica americana, que pode ser afetada tanto por fatores internos (política monetária, juros, inflação) quanto externos, como a volatilidade do petróleo e tensões geopolíticas

Veja o fechamento de dólar e Bolsa na sexta (20):

  • Dólar: 0,45%, a R$ 5,525.
  • B3 (Ibovespa): -1,15%, aos 137.115,83 pontos.

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