Só para assinantesAssine UOL
Reportagem

Mercado repercute alta da Selic, Trump ataca Fed; veja mais destaques

Bom dia, investidor,

Confira os destaques desta sexta (20):

  • Mercado digere Selic a 15%: maior nível em quase duas décadas
  • Trump ataca Powell e exige corte de juros: "desgraça americana"
  • Inflação do Japão surpreende e pressiona Banco Central por aperto
  • China mantém juros, mas segue atenta à deflação
  • Receita Federal libera consulta ao 2º lote da restituição do IR 2025

Mercado digere Selic a 15%: maior nível em quase duas décadas

  • A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa Selic de 14,75% para 15% ao ano, anunciada na quarta-feira (18), deve dominar a agenda dos mercados no primeiro pregão após o feriado. A medida levou os juros ao maior patamar desde 2006, em um movimento claro do Banco Central para conter as expectativas de inflação, que seguem desancoradas.
  • Com a decisão, é esperado um dia de ajustes nos ativos: valorização de papéis atrelados à renda fixa, pressão negativa sobre o Ibovespa e reprecificação da curva de juros futuros. A migração de recursos para aplicações mais conservadoras pode ganhar força, enquanto o apetite por risco tende a diminuir. O comunicado do Copom reforçou o compromisso com a meta inflacionária e indicou que o ciclo de aperto pode estar próximo do fim -- mas novos dados serão decisivos.

Trump ataca Powell e exige corte de juros: "desgraça americana"

  • O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou seus ataques ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, após o banco central manter a taxa básica de juros entre 4,25% e 4,5% ao ano.
  • Em tom agressivo, Trump chamou Powell de "uma das pessoas mais idiotas e destrutivas do governo" e acusou o Fed de prejudicar a economia americana em uma publicação feita ontem (19), na rede Truth Social.
  • A crítica ocorre em um momento de crescente tensão entre a Casa Branca e o banco central. Trump argumenta que, com a inflação "já controlada", os juros deveriam estar 2,5 pontos percentuais abaixo do patamar atual, o que geraria economias bilionárias na dívida federal. Ele também comparou a postura do Fed à do Banco Central Europeu, que já iniciou cortes de juros este ano.
  • Apesar da pressão política, o Fed tem sinalizado cautela. Powell destacou que os efeitos de tarifas comerciais, muitas implementadas durante o próprio governo Trump, ainda estão sendo absorvidos pela economia e podem manter a inflação pressionada no curto prazo. A decisão do Fed foi a quarta manutenção consecutiva dos juros, conforme já precificado pelo mercado.

Inflação do Japão surpreende e pressiona Banco Central por aperto

  • A inflação ao consumidor no Japão recuou para 3,5% ao ano em maio, mas o núcleo do índice (que exclui alimentos frescos) acelerou para 3,7%, o maior nível em mais de dois anos. O avanço foi impulsionado principalmente pelo aumento nos preços dos alimentos, como o arroz, e por reajustes salariais promovidos por grandes empresas.
  • O resultado fortalece as expectativas de que o Banco do Japão poderá rever sua política ultraexpansionista e considerar novos aumentos nos juros.
  • Desde março, o BC japonês já começou a desmontar parte de seu estímulo monetário, encerrando taxas negativas após anos de política acomodatícia. Com o núcleo da inflação persistente, a pressão por novos ajustes deve se intensificar.
Continua após a publicidade

China mantém juros, mas segue atenta à deflação

  • O Banco Popular da China (PBoC) decidiu manter inalteradas suas principais taxas de empréstimo: a LPR de um ano em 3%, e a de cinco anos em 3,5%, usadas para hipotecas. A decisão era amplamente esperada, após uma trégua recente nas tensões comerciais com os EUA reduzir a urgência por estímulos.
  • Apesar da estabilidade, o governo chinês continua preocupado com a fraqueza da demanda interna e o risco de deflação. A manutenção dos juros em mínimas históricas reflete a tentativa de sustentar a atividade econômica em meio a uma crise prolongada no setor imobiliário, alta dívida pública e confiança do consumidor ainda baixa.

Receita Federal libera consulta ao 2º lote da restituição do IR 2025

  • A partir das 10h da próxima segunda-feira (23), a Receita Federal abrirá a consulta ao 2º lote de restituição do Imposto de Renda 2025. O pagamento será feito no dia 30 de junho, com mais de 6,5 milhões de contribuintes beneficiados, totalizando R$ 11 bilhões em restituições.
  • Terão prioridade idosos acima de 60 anos, pessoas com deficiência ou doenças graves, professores e quem optou por receber via Pix ou usou a declaração pré-preenchida. O lote também inclui valores residuais de anos anteriores.

Veja o fechamento de dólar e Bolsa na quarta (18):

  • Dólar: 0,04%, a 5,500.
  • B3 (Ibovespa): -0,09%, aos 138.716,64 pontos.
Continua após a publicidade

Queremos ouvir você

Tem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para uoleconomiafinancas@uol.com.br.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.