Só para assinantesAssine UOL
Reportagem

No Brasil, produção industrial cai; dados de empregos nos EUA e tarifaço

Bom dia, investidor,

Confira os destaques desta quarta (2):

  • Produção industrial cai 0,5% em maio, segundo o IBGE
  • Prévia do payroll antecipa dados sobre o mercado de trabalho nos EUA
  • Senado americano aprova pacote fiscal bilionário de Trump
  • Trump endurece discurso comercial e ignora proposta do Brasil
  • Governo Lula judicializa disputa sobre aumento do IOF no STF

Produção industrial cai 0,5% em maio, segundo o IBGE

  • O setor industrial brasileiro registrou queda de 0,5% em maio de 2025, na comparação com abril, segundo dados divulgados hoje (2) pelo IBGE. O resultado amplia o recuo de 0,2% verificado no mês anterior e interrompe a trajetória de crescimento observada no início do ano.
  • Das quatro grandes categorias econômicas, apenas Bens Intermediários apresentaram alta (+0,1%), enquanto a produção caiu em 13 dos 25 segmentos industriais pesquisados. Apesar da queda recente, o nível de atividade da indústria ainda está 2,1% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas permanece 15% abaixo do recorde alcançado em maio de 2011.
  • Entre os destaques negativos estão a queda de 3,9% na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, além de recuos expressivos em coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,8%), alimentos (-0,8%), produtos de metal (-2,0%), bebidas (-1,8%), vestuário (-1,7%) e móveis (-2,6%).
  • Ainda assim, no acumulado dos cinco primeiros meses de 2025, a indústria avança 1,8%, mantendo crescimento superior ao mesmo período do ano passado, quando o avanço era de 1,4%.

Prévia do payroll antecipa dados sobre o mercado de trabalho nos EUA

  • Às 9h15 (horário de Brasília), será divulgado o relatório de empregos privados da ADP, considerado uma prévia importante do payroll, que sairá na próxima sexta-feira. O dado de hoje pode oferecer pistas sobre a saúde do mercado de trabalho americano, um dos pilares da política monetária do Federal Reserve.
  • Nas últimas semanas, o mercado tem recebido sinais mistos: enquanto o setor de manufatura dá indícios de contração, o número de pedidos semanais de auxílio-desemprego permanece baixo, mostrando resiliência no emprego. Um resultado forte no relatório de hoje pode reduzir as expectativas de cortes de juros nos próximos meses, reforçando a percepção de que o Fed seguirá mais cauteloso no ajuste monetário.

Senado americano aprova pacote fiscal bilionário de Trump

  • O Senado dos Estados Unidos aprovou, por uma margem estreita de 51 a 50, o pacote fiscal de US$ 3,3 trilhões proposto pelo presidente Donald Trump. O vice-presidente JD Vance deu o voto decisivo.
  • O plano, apelidado de One Big Beautiful Bill pelo próprio Trump, une cortes de impostos com cortes de gastos públicos, além de ampliar incentivos econômicos ligados diretamente à campanha de reeleição do presidente.
  • Entre os pontos mais polêmicos da proposta estão os cortes no programa de saúde Medicaid, no vale-alimentação, e a redução de subsídios destinados à energia limpa. Economistas alertam que o pacote pode agravar o déficit fiscal dos EUA, cenário que também preocupa o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.
  • A medida segue agora para a Câmara dos Representantes, onde enfrenta forte resistência, inclusive dentro do próprio Partido Republicano. A incerteza sobre a aprovação final pode gerar volatilidade nos mercados nos próximos dias, especialmente em relação aos juros e ao dólar.
Continua após a publicidade

Trump endurece discurso comercial e ignora proposta do Brasil

  • Em um novo capítulo da política comercial dos EUA, o presidente Donald Trump afirmou que não pretende estender o prazo de 9 de julho para negociações comerciais com parceiros internacionais. Durante o voo de volta da Flórida, a bordo do Air Force One, Trump disse duvidar de um acordo com o Japão e ameaçou impor tarifas de até 35% sobre produtos japoneses, um aumento significativo em relação aos 24% anunciados anteriormente, que haviam sido suspensos.
  • Além disso, o UOL apurou que, há cerca de dez dias, o governo brasileiro apresentou uma proposta formal para tentar estabelecer um acordo comercial com os EUA, buscando maior reciprocidade nas relações bilaterais. A Casa Branca, no entanto, não respondeu à oferta, o que frustrou tanto o governo quanto o setor privado brasileiro.
  • O endurecimento do discurso e a possibilidade de novas tarifas indicam que Trump pretende adotar uma postura ainda mais agressiva nas negociações internacionais, o que pode aumentar a aversão ao risco e impactar o comércio global. Desde abril, produtos brasileiros já enfrentam uma tarifa de 10% imposta unilateralmente pelos EUA.

Governo Lula judicializa disputa sobre aumento do IOF no STF

  • A disputa entre o Executivo e o Legislativo em torno do aumento das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) ganhou um novo capítulo. A AGU (Advocacia-Geral da União) acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) para restabelecer o decreto presidencial que havia elevado o imposto. O Congresso suspendeu a medida por meio de um decreto legislativo, alegando que o aumento era abusivo.
  • O governo Lula argumenta que o Congresso violou a separação de Poderes ao anular o ato do Executivo e pede que o STF reconheça a validade do decreto presidencial. Segundo o advogado-geral da União, Jorge Messias, a ação tem como objetivo preservar a normalidade institucional e garantir a autonomia do governo na condução da política fiscal.
  • Ministros do Supremo avaliam a possibilidade de intervir como mediadores para buscar um acordo entre o Palácio do Planalto e a cúpula do Congresso, numa tentativa de evitar um agravamento da crise institucional.

Veja o fechamento de dólar e Bolsa na terça (1º):

  • Dólar: 0,51%, a R$ 5,461.
  • B3 (Ibovespa): 0,50%, aos 139.549,44 pontos.
Continua após a publicidade

Queremos ouvir você

Tem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para uoleconomiafinancas@uol.com.br.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.